Supressão de vegetação feita dentro da lei ou com ação de fiscalização chega a 71% em Goiás
Secretária Andréa Vulcanis atribui resultado a avanços no licenciamento ambiental e na fiscalização
A área de vegetação nativa que foi desmatada com autorização da lei ou que teve ação de fiscalização subiu para 71%, de acordo com o Relatório Anual de Desmatamento alusivo a 2024 (RAD 2024) divulgado nesta terça-feira (15).
Esse percentual era de 59,4% em 2019, oscilou para 52,3% em 2020 e subiu para 62,1% em 2021; 76,1% em 2022; variou para 70,2% em 2023; e fechou em 71% em 2024. Além de Goiás, somente outros seis estados conseguiram fica acima dos 70%. A média nacional é de 54%.
“Esse é um dos dados que eu considero dos mais importantes no relatório. Lá em 2019 a gente tinha algo próximo a 7%. Isso mostra que está aumentando a governança sobre o tema do desmatamento. É uma notícia que eu considero muito importante para o Brasil”, disse Tasso Azevedo, coordenador-geral do Mapbiomas, durante a apresentação do RAD 2024.
A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás, Andréa Vulcanis, atribui o resultado a avanços que o Estado conseguiu na fiscalização e sobretudo na área de licenciamento ambiental. “No passado, a análise de uma solicitação de licença demorava anos, e hoje a média é de 60 dias. Não fizemos isso piorando a qualidade da análise, mas sim aprimorando processos”, explica.
A secretária afirma que a morosidade na emissão de licenças no passado era um obstáculo para atração de investimentos e geração de empregos, e que a virada de chave aconteceu com o lançamento do sistema Ipê, no segundo semestre de 2020.
O relatório do Mapbiomas
O RAD 2024 trouxe outras informações importantes para Goiás, como a de que o desmatamento no estado caiu 71,9% na comparação com 2023.
Em números absolutos, o RAD mostra que os alertas de desmatamento relativos a Goiás caíram de 3.519 em 2023 para 659 no ano passado, e a área alcançada por eles passou de 69,3 mil hectares para 19,4 mil hectares no período seguinte.
O Cerrado foi o bioma em que houve e maior redução em números absolutos, saindo de 1,1 milhão de hectares desmatados em 2023 para 652 mil hectares no ano seguinte (diferença de 41,2%). Nos demais biomas, a queda foi de 16,8% na Amazônia, 13,4% na Caatinga, 42,1% no Pampa e 58,6% no Pantanal. Na Mata Atlântica, houve oscilação de 2% para cima.
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Governo de Goiás