Lente climática: entenda o conceito por trás do trabalho feito pela Semad com municípios

Municípios goianos podem transformar ações cotidianas de gestão em estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas em suas políticas públicas. A chave para isso é a aplicação da chamada “lente climática”. O assunto foi pauta no 1º Congresso de Gestão Ambiental Municipal, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), nesta quarta-feira, 26 de fevereiro.

O gerente de mudanças climáticas e serviços ecossistêmicos (Gecli) da Semad, Milvo Gabriel Prevedello Di Domenico, explica que a “lente climática” nada mais é do que analisar as políticas e práticas municipais sob a perspectiva das mudanças climáticas, identificando oportunidades para reduzir emissões de gases de efeito estufa e aumentar a resiliência das cidades. Exemplo disso é a otimização de rotas de coleta de resíduos.

“Ao melhorar a eficiência da coleta, os municípios reduzem o consumo de combustível, diminuem a frota de caminhões e, ao mesmo tempo, contribuem para a redução de emissões. Isso já é uma ação climática, mesmo que não seja formalmente reconhecida como tal”, explica.

Muitas práticas já adotadas pelos municípios podem ser enquadradas como ações de adaptação ou mitigação, mas falta, muitas vezes, o conhecimento técnico para fazer essa conexão. Justamente por isso, a palestra realizada durante o Congresso é tão importante. “Os gestores já estão implementando medidas que têm impacto positivo no clima, mas não percebem que essas ações podem ser parte de uma estratégia maior”, diz o gerente.

A palestra reforça a necessidade de que as cidades estejam preparadas para eventos climáticos extremos, que estão se tornando mais frequentes e intensos. Di Domenico citou soluções baseadas na natureza, como jardins de chuva, bacias de retenção e parques alagáveis, como exemplos de medidas que podem ser integradas ao planejamento urbano. “Essas soluções não apenas ajudam a lidar com alagamentos e enchentes, mas também trazem benefícios ambientais e sociais, como a melhoria da qualidade do ar e a criação de áreas verdes para a população”, afirmou.

A aplicação da “lente climática” pode ser feita em diversas políticas públicas, como planos diretores, zoneamentos ecológico-econômicos e programas de saneamento básico. “O importante é mostrar que os municípios já têm como integrar ações climáticas em suas políticas públicas. Não é necessário começar do zero, mas sim aprimorar o que já existe, aplicando uma visão estratégica que considere os impactos das mudanças climáticas”, concluiu.

Congresso de Gestão Ambiental Municipal

Esta é a primeira edição do Congresso de Gestão Ambiental Municipal. O evento gratuito, realizado em Goiânia, no Atlanta Music Hall. teve início em 24 de fevereiro e termina nesta quarta-feira, dia 26. O objetivo é promover a troca de conhecimentos e experiências entre os gestores públicos, visando a uniformização das políticas ambientais em todo o estado.

“Entendemos que, nesse início de mandato dos prefeitos, era muito importante trazer todos aqui para que possamos pensar o nosso meio ambiente com bom senso, responsabilidade e conhecimento. Teremos três dias de muitos ensinamentos, aprendizagem, de muita troca”, declarou a titular da Semad, Andréa Vulcanis.

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