A secretária Andréa Vulcanis, juntamente com o governador Ronaldo Caiado, o vice-governador Daniel Vilela, o secretário de Indústria, Comércio e Serviços, Joel de Sant’Anna Braga Filho, o secretário da Administração, Francisco Sérvulo Freire Nogueira, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Frederico Lyra Netto, assinaram nesta quinta-feira (15/08) um protocolo de intenções com a mineradora Aclara Resources para a execução do Projeto Carina. A iniciativa, que envolve a extração de terras raras no município de Nova Roma, terá um investimento previsto de R$ 2,8 bilhões, com a expectativa de criar 5,7 mil novos empregos diretos e indiretos na região. Segundo a titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), serão exigidos todos os critérios ambientais desse empreendimento de grande porte, assim como de qualquer outro em Goiás.

“A tecnologia aplicada nesse tipo de mineração não envolve grandes cavas, não haverá barragem de rejeitos; é uma tecnologia mais avançada, que minimiza muitos impactos ambientais. Temos um controle a ser feito dos impactos nos meios físico e biótico, cuidar da fauna, da flora, mas também das pessoas”, ressaltou Vulcanis.

Vale ressaltar que o termo “terras raras” refere-se a um conjunto de minerais ricos em elementos químicos essenciais para a produção de diversas tecnologias, como aparelhos eletrônicos, veículos elétricos e turbinas eólicas. Esses minerais desempenham um papel crucial na transição global para a energia limpa, sendo fundamentais para o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.

Andréa explica que, desde o início do projeto, a mineradora peruana tem trabalhado com a Semad para, juntas, construir um empreendimento com selo verde, uma certificação para produtos, serviços e empresas que produzem de forma sustentável, ou seja, com ações de menor impacto ambiental e socialmente responsáveis. “A região de Nova Roma nunca foi voltada para a mineração, então há uma delicadeza no processo. Temos todo um controle a ser feito e esperamos que seja a primeira mineradora sustentável com selo verde do Brasil e de Goiás.”

Em 2023, a mineradora voltou sua atenção para a região de Nova Roma após a descoberta de depósitos de terras raras contendo o elemento magneto, minério anteriormente associado principalmente a países como China e Austrália. Em fevereiro deste ano, uma comitiva formada pela secretária Andréa Vulcanis e integrantes das secretarias estaduais de Indústria e Comércio visitou o laboratório da Aclara em Concepción, no Chile. O objetivo foi observar a extração responsável dos minérios, verificar os testes já em andamento com as terras raras de Nova Roma e discutir o licenciamento ambiental.

A licença, emitida através do Sistema de Licenciamento Ambiental de Goiás (IPE), segue todos os procedimentos legais. Sobre o processo, Vulcanis destacou o empenho da secretaria: “Nossos prazos de licenciamento variam entre 15 a 20 dias para pequenos empreendimentos e até 120 dias para grandes projetos. Esse é um resultado único no Brasil, pois nenhuma outra região licencia nesses prazos. Toda nova iniciativa econômica no estado passa pela Semad.”

Sem explosivos ou produção de resíduo líquido

De acordo com o diretor e CEO da Aclara, Ramón Gino Barúa Costa, o objetivo da empresa é trazer para o Brasil “um trabalho sustentável na mineração, sem uso de explosivos ou produção de resíduo líquido”. Além disso, a multinacional dispensa a criação de barragens de rejeitos.

“Está prevista a instalação de uma planta de tratamento de água em Nova Roma. Isso vai garantir uma recirculação com eficiência de 95%, o que significa um consumo de água extremamente baixo”, afirma o CEO.

“Esse projeto produz de forma sustentável com foco no crescimento socioeconômico. Juntos, estamos construindo um futuro brilhante para Goiás, sendo a referência como um trabalho sustentável e estratégico para a transição energética”, acrescenta Ramón.

Segundo Joel de Sant’Anna Braga Filho, secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, a pauta da descarbonização e da energia limpa tem impulsionado um movimento importante de sustentabilidade ambiental. “Um dos reflexos já sentidos é o aumento da produção de carros elétricos. Das terras raras, pode-se extrair elementos imprescindíveis para a transição energética, o que atende à crescente demanda mundial por carros elétricos”, disse o secretário.