A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, esteve na manhã desta quinta-feira (19/09) em campo com equipes que realizam trabalho de fiscalização em propriedades da Bacia do Rio Meia Ponte, na região metropolitana de Goiânia. A titular da Semad foi ouvir de perto relatos de bombeiros, policiais militares e técnicos da pasta sobre os resultados das vistorias nas outorgas e nos horários de irrigação das propriedades. Ela destaca a parceria dos produtores rurais que cooperam no esforço comum para garantir o abastecimento de água na cidade e no campo. 

Ao todo, são 512 pontos fiscalizados pelas equipes desde o dia 13 de agosto. Foram 73 notificações, 25 autos e apenas dois termos de embargo. A secretária dialoga diretamente com produtores rurais no sentido de orientar e fortalecer parcerias. Ela também agradece os esforços dos profissionais envolvidos nas operações diárias, que considera brilhantes. “O objetivo da fiscalização é manter a água no rio, é manter a vazão do rio estabilizada para garantir o abastecimento de Goiânia e região metropolitana”, afirma Andréa Vulcanis. “Estamos conseguindo a média de 2 mil litros por segundo já há alguns dias”, celebra.

Em uma das propriedades visitadas pela secretária, em conjunto com os fiscais, foi constatada a existência de uma barragem sem descarga de fundo, o que impossibilita que a água da nascente que abastece o barramento seja liberada para o curso d’água adjacente, garantindo sua perenidade e por consequência garantindo a chegada de água no Rio Meia Ponte no qual ele deságua.  A equipe notificou o proprietário e deu um prazo de sete dias para a instalação do equipamento que garantirá que a água seja remetida para o corpo hídrico. 

Segundo Ronaldo Lino do nascimento, gerente da Fazenda Santo Antônio, em Inhumas, notificada pela Semad, é preciso colaborar com as autoridades ambientais. “A fiscalização é muito importante para preservar o nosso Meia Ponte, que está uma situação crítica, está precisando de ajuda”, disse ele. “A nossa fazenda está toda regularizada, mas podemos melhorar, que é estabilizar essa vazão de acordo com a entrada de água, para desaguar no rio, uma solicitação da Semad que será prontamente atendida”, relata.

O superintendente de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável da Semad, Robson Disarz, explica como funciona o trabalho das equipes. “Os pontos fiscalizados são previamente identificados e mapeados pelo setor de inteligência, são visitados para verificar algum dano, alguma captação irregular”, informa. “Notificações são feitas para o cumprimento do cadastro de usuário dos recursos hídricos, existe também os termos de embargo, que impedem o desempenho das atividades na área”, relata. “Existem multas e autos de advertência para o cidadão cumprir uma determinada ação que não esteja de acordo com as normas”, aponta.

Chuvas
As medidas adotadas pelo governador Ronaldo Caiado visam manter a vazão média do Rio Meia Ponte em um volume confortável em relação ao ponto crítico de 1.500 l/s, o que motivaria a adoção de racionamento de água na capital e municípios vizinhos. Além da redução em 50% na outorga de captação, os produtores rurais só podem irrigar durante a noite e em horários condicionados à vazão média anunciada todos os dias pela Semad.

A fiscalização na Bacia do Meia Ponte deve continuar até a volta do período de chuvas. A recomendação do governo é de alerta total para evitar desabastecimento no Estado, que sofre com uma seca prolongada e um volume de chuvas abaixo do registrado em anos anteriores. 

“As equipes continuam em campo até o período de chuva chegar”, afirma Andréa Vulcanis. “Manteremos também o processo de monitoramento, para que, na medida em que reduzir o volume de vazão, nós possamos utilizar outras barragens”, pontua. “Ainda temos 68 cadastradas e prontas para serem liberadas”, destaca a titular da Semad. Dois barramentos em Santo Antônio de Goiás já tiveram as comportas abertas para reequilibrar a vazão do Meia Ponte.

Com chuvas previstas para a semana que vem, a secretária Andréa Vulcanis fez um apelo à conscientização da sociedade. “A população precisa contribuir com essa economia de água, não desperdiçar, permanecer com as torneiras fechadas, não lavar calçada, nem carro neste momento”, enumera. “Realizamos esta fiscalização no campo, mas se a população das cidades não se engajar não adianta o esforço das equipes”, conclui.