Ações preventivas e resposta rápida das brigadas reduzem em 80% os incêndios florestais em parques de Goiás
Em junho de 2022, durante a Semana do Meio Ambiente, a Semad lançou mais uma importante ferramenta tecnológica contra as queimadas. O Monitor de Queimadas, que alia precisão de satélites ambientais com geotecnologia e detecta pequenos focos de incêndios de até três metros quadrados, permitindo assim a previsibilidade de utilização de mão de obra necessária ao combate
Com o fim do período de seca severa a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) confirma uma redução de cerca de 80% dos incêndios florestais ocorridos em unidades de conservação (UCs) de Goiás, se comparados os mesmos períodos dos anos de 2022 e 2019, quando teve início uma série de ações preventivas e de combate às queimadas. Além disso, resposta rápida das equipes de brigadas contratadas pela pasta puseram fim aos pequenos focos antes que tomassem grandes proporções.
Como destaca a titular da pasta, secretária Andréa Vulcanis, antes de 2019 as UCs goianas eram assoladas por grandes incêndios florestais. Isso porque não era desenvolvido trabalho preventivo, a exemplo de aceiros e contratação de brigadas de incêndio. “Hoje Goiás conta com seis polos de brigadas que combatem incêndios florestais em todas as regiões goianas”, esclarece.
Vulcanis lembra ainda que, além do trabalho de prevenção adotado pelo Governo de Goiás, por meio da Semad e Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO), a população tem grande responsabilidade no processo de proteção das unidades de conservação. E lamenta que quase 100% das ocorrências de incêndios florestais são em decorrência de ações humanas. “São pessoas que ainda jogam resto de cigarros às marges das rodovias, que ateiam fogo em lixo doméstico”, alerta.
Medidas
Segundo a superintendente de Unidades de Conservação e Regularização Ambiental da Semad, Mariana Moura, as ações preventivas têm início ainda no mês de janeiro. Isso para que as UCs estejam protegidas no início do período de estiagem, quando há incidência de altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e grande quantidade de vegetação seca, que funciona como combustível para as queimadas.
Como a previsão para 2022, feita pelo Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), apontava para um ano atípico, de seca extrema, no início de agosto o governador Ronaldo Caiado editou decreto de situação de emergência ambiental no Estado por 120 dias. Sob a tutela do documento, órgãos que integram o Comitê Estadual de Gestão de Incêndios Florestais adotaram, conforme suas competências, medidas necessárias para prevenir ou minimizar as ocorrências e os efeitos das queimadas.
Outra medida importante adotada pelo Governo de Goiás foi a ampla divulgação, na grande mídia, de campanha de conscientização acerca dos impactos causados pelos incêndios florestais. A peça publicitária que coloca a população como ator importante nas ações de prevenção às queimadas chegou até os goianos por meio de canais de TV, rádios e outdoors.
Série histórica
Quando analisadas as ocorrências de incêndios em unidades de conservação estaduais no período de 2019 a 2020, nota-se uma queda de aproximadamente 74% em relação à área queimada. No primeiro ano da atual gestão, por exemplo, o total de área queimada foi de 24.409 hectares. Considerando que ainda ocorrem pequenos focos na região do Parque Estadual de Terra Ronca, no Nordeste goiano, a média de área queimada em 2022 está em 4.670 hectares.
Série histórica dos últimos 15 anos em relação às cicatrizes de incêndios florestais no Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (PEAMP) e Parque Estadual do João Leite (PEJOL), por exemplo, apontam que 2017 foi o ano em que as chamas mais consumiram a vegetação dentro e no entorno da UC, chegando a quase 50%. Em 2022, a brigada contratada pela Semad já realizou 78 combates no interior e entorno das unidades de conservação estaduais, totalizando mais de 718 horas de combate.
Monitor de Queimadas
Em junho de 2022, durante a Semana do Meio Ambiente, a Semad lançou mais uma importante ferramenta tecnológica na proteção dos recursos naturais. O Monitor de Queimadas, que alia precisão de satélites ambientais com geotecnologia e detecta pequenos focos de incêndios de até três metros quadrados, permitindo assim a previsibilidade de utilização de mão de obra necessária ao combate.
A tecnologia tem sido a melhor aliada no combate e controle aos incêndios que provocam grandes prejuízos ao meio ambiente, às pessoas e ao setor produtivo. O Cimehgo já monitora os focos de queimadas e emite boletins e mapas com prognósticos de risco de incêndio e áreas de maior probabilidade de ocorrência em todo o Estado.
Desde o seu lançamento o Monitor de Queimadas opera uma rede de proteção e disseminação de informações entre todos os órgãos parceiros. Integram a Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros, as defesas civis municipais, secretarias de Meio Ambiente dos municípios, coordenações de UCs e demais órgãos da Administração Pública.