Plano de manejo do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas passa por atualização
Revisão, que entre outros aspectos tratará da implementação de atrativos à visitação e ecoturismo, será possível graças ao modelo de compensação ambiental, implementado pela Semad. Modernização do documento será elaborada de forma participativa, por meio de oficinas realizadas pela secretaria e com a disponibilização de um canal de comunicação com a comunidade local
O plano de manejo do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (PEsCaN), Unidade de Conservação (UC) conhecida, entre outros atrativos, pelas fontes de águas termais, passará por um processo de atualização. A modernização do documento, que entre outros aspectos, tratará do estabelecimento de atrativos à visitação e o ecoturismo, será possível graças ao modelo de compensação ambiental, implementado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).
A titular da Semad, secretária Andréa Vulcanis, lembra que a revisão do plano de manejo do PEsCaN será elaborada de forma participativa, por meio de oficinas realizadas sob a liderança da pasta e com coordenação da Fundação Pró-Natureza (Funatura). Para garantir maior participação popular, a Funatura contará com uma equipe multidisciplinar para o desenvolvimento do projeto.
Ela também lembra da importância do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas para toda a região das águas quentes, nos municípios de Caldas e de Rio Quente. “O parque é a área de recarga do aquífero termal. Portanto, sem parque, não temos águas quentes, grande fator de atração do turismo em toda a região. Sem isso, o potencial turístico se esvai”, destaca.
Segundo o chefe do PEsCaN, Mauricio Tambellini, a revisão do plano de manejo vem para sanar problemas a partir de soluções debatidas com a sociedade e estudadas por especialistas. “Tudo isso será revisto e teremos medidas a tomar. Os atrativos precisam de regulação de uso, com controle e preservação”, ressalta.
“A Funatura conta com uma equipe multidisciplinar de especialistas para o desenvolvimento do projeto. O Plano de Manejo será elaborado de forma participativa, por meio de oficinas. Desta forma, os principais atores sociais poderão colaborar com o trabalho”, explica a coordenadora da ação, Mara Moscoso, geógrafa e pesquisadora.
O Parque
O PEsCaN foi criado em 1970, com uma área de 12.315,35 hectares, nos municípios de Caldas Novas e Rio Quente, no Estado de Goiás. Tem como objetivo preservar a fauna, a flora, os mananciais e seu entorno; proteger sítios naturais de relevância ecológica e reconhecida importância turística; e assegurar e proporcionar oportunidades controladas para uso pelo público, educação e pesquisa científica.
Como já lembrando por Vulcanis, a área constitui uma das mais importantes em recargas dos aquíferos hidrotermais de Caldas Novas e Rio Quente, potencialidades turísticas da região. E, de acordo com o Sistema Estadual de Unidades de Conservação no Estado de Goiás, todas as UCs devem possuir Plano de Manejo, levando em consideração sua zona de amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas que promovam a integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas.
Plano de Manejo
O Plano de Manejo é um instrumento de planejamento e gerenciamento de UCs, composto por estudos, conhecimentos e análises de dados sobre os fatores bióticos, abióticos e antrópicos da área, além de propostas de soluções para questões ambientais diagnosticadas. Os ajustes têm como meta direcionar uma gestão eficiente da UC. A revisão seguirá as diretrizes do “Roteiro metodológico para elaboração e revisão de Planos de Manejo das Unidades de Conservação Federais”, do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, de 2018.
Essas diretrizes promovem a descentralização e o engajamento das diversas áreas técnicas na elaboração de planos específicos, por meio de documentos técnicos. Os planos específicos definem as orientações ou normas para temas como visitação, proteção e pesquisa.
Enquanto algumas UCs necessitam de apenas um plano simplificado para estimular e ordenar sua visitação, outras carecem, em função de realidades mais complexas e de grande demanda turística, de estudos para o estabelecimento de concessões de serviços, áreas ou instalações de apoio à visitação, protocolos de gestão de segurança, projetos interpretativos, entre outros.