Andréa Vulcanis assina ingresso de Goiás ao Programa Monitor de Secas, do Governo Federal

O Estado de Goiás, por meio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), aderiu nesta quinta-feira (24/9), ao Programa Monitor de Secas, do Governo Federal, que é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Com isso, conta agora com uma nova ferramenta para auxiliar no planejamento e execução de políticas públicas de combate à seca, sendo o primeiro estado da região Centro-Oeste, junto com o Distrito Federal, a dispor do monitoramento e acompanhamento da iniciativa.

Durante o webinar, a secretária Andréa Vulcanis assinou o termo de adesão, juntamente com o diretor da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Rodrigo Flecha. Ao ressaltar a importância da iniciativa, ela disse que tem percorrido o estado e percebido a dificuldade de utilização dos recursos hídricos em virtude das secas que assolam grande parte do país nessa época do ano. E tratou do uso da água na Pecuária e agricultura.

De acordo com a secretária, com o ingresso de Goiás no Monitor de Secas o Estado ganha um importante mecanismo para ajudar a estabelecer políticas públicas para o enfrentamento às secas. “Esta é uma ferramenta fundamental para o planejamento e estruturação do estado na implementação medidas para desenvolvimento sustentável. Mais que simbólico, é necessário para deixarmos um legado”, explica.

Segundo o Mapa do Monitor de Secas para o mês agosto, Goiás teve estiagem grave em 39,4% de sua área. Já para a intensidade de seca fraca, o valor foi de 24,7%, e para seca moderada, de 31,9% do território goiano. Com isso, houve um percentual de mais de 96% da presença do fenômeno de seca no estado.

Objetivo

O objetivo do Monitor de Secas é acompanhar, de maneira contínua, o fenômeno e seu grau de severidade com base em indicadores de seca e nos impactos causados pelo fenômeno em curto e ou longo prazo. Em Goiás será publicado todos os meses um boletim informativo do Monitor de Secas, com abordagem regional e por bacias hidrográficas, sendo que esta ferramenta será um norteador de ações para as diversas áreas da sociedade.

Durante o encontro virtual, Rodrigo Flecha elogiou o Estado por ingressar no programa já com algumas medidas importantes em andamento. É o caso, por exemplo, da iniciativa da Semad de catalogar os barramentos existentes em Goiás. Até agora já foram cadastradas 875 barragens. 

O diretor da ANA parabenizou o Estado por ser mais uma unidade da Federação a ingressar no Monitor de Secas. Além do Distrito Federal, fazem parte os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Tocantins, Rio de Janeiro, Paraná, Rio grande do Sul, Santa Catarina, e São Paulo, que está na fase inicial do processo de adesão. E ressaltou a “atuação do programa no apoio e fortalecimento aos estados quanto ao gerenciamento dos recursos hídricos”, disse. 

Base de dados comum

Para a superintendente-adjunta de Operações e Eventos Críticos da ANA, Ana Paula Fiorezi, uma característica importante do programa é atuar como ferramenta de construção de base de dados comum. Isso considerando as esferas estaduais, federais, universidades e entidades parceiras do Monitor de Secas. “Isso vai melhorar muito o entendimento de quem consome essas informações”, declarou. 

Segundo conta, a iniciativa vai mostrar, entre outros dados, quando há anormalidade segundo a realidade e característica de cada localidade e região. E pontuou que o programa é necessário não somente durante a estiagem. “É durante a época de chuvas que faremos a gestão do processo durante a seca. E estabelecermos, por exemplo, qual é o gatilho para a implementação de um plano de contingência, um possível socorro”, esclareceu. 

Planejamento

Ainda durante o webinar, que teve a mediação do superintendente de Recursos Hídricos e Saneamento da Semad, Marco Neves, o professor Eduardo Sávio Passos, que é presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), classificou o programa como um esforço colaborativo. “Por meio do Monitor de Secas serão facilitadas as tomadas de decisões para mitigar os efeitos da seca em cada região”, comentou. 

Por meio desses dados poderemos traçar planos de mitigação e respostas planejadas e não de crise. “Dá trabalho, porque é algo específico para cada setor, cada bacia hidrográfica, para cada região, mas possível”, declarou. 

Por fim, o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, apresentou dados acerca dos impactos do período de estiagem em todas as regiões de Goiás. De acordo com ele, cerca de 96% do estado sofre com seca. “E essa ferramenta vai proporcionar o surgimento de respostas, como a identidade que a seca traz para cada região”, relatou o gerente. 

Dentro do Monitor de Secas, serão atribuições da Semad:

– Observar o cumprimento do calendário mensal do Monitor de Secas;

– Validar os rascunhos dos mapas produzidos pela equipe de autoria, seguindo os conceitos, premissas e orientações do Programa;

– Registrar, nos formulários de validação, os comentários e justificativas que levaram a concordar ou discordar do traçado proposto pelos autores;

– Considerar em sua análise os dados a que tiver acesso e as informações provenientes da rede de observadores;

– Identificar, mobilizar e treinar instituições que possam contribuir com a função de observadores na condição de parceiros do Programa em âmbito estadual, com o apoio da IC;

– Manter cadastro atualizado dos observadores, recepcionar e arquivar os formulários de observação e repassá-los para a IC, conforme o protocolo estabelecido;

– Participar de oficinas e treinamentos promovidos pela IC;

– Indicar novos parceiros que possam contribuir com o Programa em âmbito estadual e colaborar para sua mobilização e engajamento;

– Fornecer informações e dados de sua rede de estações de monitoramento para utilização no cálculo dos indicadores de seca;

– Desenvolver e fornecer produtos de apoio à análise da situação de seca e ao traçado dos mapas;

– Apoiar o Programa do Monitor de Secas no âmbito de suas atribuições e conforme articulação com a IC;

– Participar do processo de integração do Monitor de Secas com as Salas de Situação Estaduais, incentivando a utilização do Monitor como ferramenta para a gestão de secas e/ou sua contribuição para o processo de elaboração e validação dos mapas do Monitor;

– Observar, nas ações promocionais e de divulgação do Monitor de Secas e seus produtos, as orientações do Manual da Identidade Visual do Monitor de Secas.

– Observar, nas ações promocionais e de divulgação do Monitor de Secas e seus produtos, as orientações do Manual da Identidade Visual do Monitor de Secas.

Governo na palma da mão

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