Em live da Escola de Governo, secretária Andréa Vulcanis aponta desenvolvimento sustentável como futuro da economia de Goiás
A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, afirmou, na terça-feira (14/07), que o desenvolvimento somente é virtuoso, gerando renda e qualidade de vida para todos, quando é promovido de forma sustentável. A titular da gestão ambiental do Estado foi a convidada da rodada de lives organizada pela Escola de Governo de Goiás.
Segundo Andréa Vulcanis, a missão do Governo de Goiás é fomentar e promover a nova economia verde. “Quando olhamos para Goiás, percebemos uma economia forte, setores econômicos consolidados, um agronegócio pujante. Tivemos safra recorde este ano. Mas, por outro lado, temos nascentes comprometidas, crises hídricas persistentes, uso descuidado com defensivos sem procedência, reservas legais e área de preservação permanente não preservadas, desmatamentos ilegais, perda de solos, comprometimento dos nossos rios”, afirma.
“Nossas ações nos posicionam de forma a promover o crescimento econômico levando em conta toda a importância do nosso meio ambiente como pilar do desenvolvimento”, diz Andréa Vulcanis. “Falar em economia verde é falar dos nossos recursos naturais como fonte de tudo que é produzido, desde o remédio até a água que sustenta a produção”, pontua. “Nossa economia tem como base de sustentação nossos recursos naturais – minérios, solo, água, plantas, polinizadores, regime climático – tudo que tem um valor inestimável e que, muitas vezes, não conseguimos enxergar de maneira óbvia”, destaca.
A secretária relatou viagens que fez no final de semana pelo Nordeste goiano, incluindo visita ao Parque Estadual de Terra Ronca. “Nesta região, onde estão nossas áreas mais preservadas, infelizmente os rios estão secando. Ainda estamos em meados de julho, faz pouco tempo em que se encerrou o período de chuvas. “Percorri cerca de 230 quilômetros em estradas de chão entre Alto Paraíso e São Domingos. Cruzei 30 córregos e rios e, em apenas quatro deles, corria água. Os demais estavam completamente secos ou com água parada, no finalzinho para acabar”, lamenta Andréa Vulcanis.
“Isso é muito preocupante. Esta realidade está acontecendo de uns seis, sete anos para cá, como me falaram pessoas da própria comunidade. Antes, o rio permanecia corrente o ano inteiro, ou seja, ‘não cortava’, e agora estão cortando logo no início da estação seca”, alerta sobre a realidade dos cursos d’água no Nordeste goiano.
Dualidade
Durante sua fala, a secretária fez um panorama da dualidade entre exploração e preservação no Brasil, desde o descobrimento até o surgimento das primeiras legislações ambientais, nos anos 1980. “O próprio nome do nosso país tem origem na exploração de nossos recursos naturais, como foi o caso do pau-brasil, quase levando à extinção da espécie. Nossa divisão territorial e emissão de titularidade de terras na época das capitanias se dava sob a condicionante de se explorar a região recebida”, lembra. “Por estas razões, o desenvolvimento do Brasil foi fundamentado na exploração de nossos recursos naturais, que por serem finitos, precisam ter regulação, garantindo que não sejam extintos, comprometendo as gerações futuras e sobretudo a qualidade e os meios de vida da nossa gente ”, relata.
Segundo a secretária, as recentes polêmicas que envolvem a destruição da Floresta Amazônica, com boicotes internacionais e ameaças de desinvestimento no país, ligam o sinal de alerta das autoridades. “Temos visto que o Brasil vem sendo bombardeado pelo mundo e isso levanta a questão sobre a importância das nossas florestas e da nossa biodiversidade na regulação do clima mundial, capaz de sustentar a economia de vários países, o que precisa se converter num campo de oportunidades e não num palco de disputa, de boicotes e de prejuízos”, afirma.
“As ações ambientais estão aqui para sustentar o desenvolvimento do nosso país e do restante do mundo. Preservar o meio ambiente gera um cenário favorável para o crescimento econômico para todos”, diz Andréa Vulcanis. “Essa é uma missão dada por Deus a nós brasileiros e sabemos realizá-la como ninguém. Temos a legislação mais avançada do mundo nesse tema. Implementar as políticas ambientais com eficiência, diálogo e gerando oportunidade a todos é o dever que o Estado de Goiás vem cumprindo desde o início do mandato do governador Ronaldo Caiado”, lembra.
Andréa Vulcanis falou sobre o que chamou de “revolução” no licenciamento ambiental em Goiás, com a modernização das normas e a desburocratização das emissões. Segundo a secretária, o licenciamento foi desvirtuado ao longo dos anos de sua função original tornando-se altamente burocrático.
“O licenciamento ambiental é o instrumento que regula as atividades produtivas de modo a proteger a sociedade dos efeitos danosos que podem ter”, aponta. “No entanto, o licenciamento foi utilizado de forma errada ao longo dos anos, o que gerou o efeito contrário: muita burocracia, baixa efetividade, gerando travas econômicas e pouca promoção ambiental”, destaca.
Ao finalizar, Andréa Vulcanis agradeceu ao governador Ronaldo Caiado pela oportunidade de dirigir a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás. Graduada em Direito com mestrado em Direito Socioeconômico pela PUC-PR, com foco em Direito Ambiental, procuradora federal, vinculada à Advocacia Geral da União, natural do Paraná, ela se diz gratificada e feliz pelo trabalho que realiza em prol de Goiás e do Brasil.
Com mais de 22 anos de experiência no exercício de cargos jurídicos e de gestão ligados à área ambiental, dentre eles o de procuradora-geral do Ibama, Andréa Vulcanis faz uma profissão de fé no serviço público, destaca a dedicação dos colaboradores da Semad, e se declara encantada com as belezas naturais de Goiás e, sobretudo, a generosidade da população. “São tesouros que nos enchem de esperança e de confiança num mundo melhor”.