Semad apresenta Sistema de Informações Geográficas Ambientais e discute projetos dos municípios e da iniciativa privada
O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), apresentou, nesta terça-feira (02/06), o Sistema de Informações Geográficas Ambientais do Estado de Goiás (SIGA GO). O lançamento ocorreu durante o segundo dia da Semana do Meio Ambiente 2020, que também reservou espaço para ações dos municípios e da iniciativa privada no setor ambiental.
O SIGA GO foi instituído pela Portaria 85/2020 da Semad, publicada nesta terça-feira no Diário Oficial de Goiás. O texto que regulamenta as atividades do sistema pode ser acessado AQUI.
A apresentação foi feita pelo superintendente de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, Robson Disarz, que destacou a importância da plataforma para as atividades da Semad.
“Temos um desafio muito grande de gestão integrada e de formulação de dados para a preservação unida com o desenvolvimento sustentável”, disse Robson Disarz. A partir de agora, o SIGA concentra centenas de camadas de informações, que poderão ser cruzadas para balizar as tomadas de decisão da secretaria”, destaca.
Prestação de contas
Os diferentes setores da Semad puderam apresentar suas ações e projetos para a sociedade. Os subsecretários e superintendentes contextualizaram os trabalhos realizados por suas áreas, ações que, segundo a secretária Andréa Vulcanis, nem sempre chegam aos olhos da sociedade.
“A apresentação valoriza o corpo técnico da Semad. Não é só o que está sendo feito pela secretaria, mas como e por quem está sendo feito”, afirma. “Temos uma pasta complexa e, graças ao nosso corpo técnico extremamente qualificado, podemos oferecer um serviço público de eficiência”, completa.
Entre os trabalhos abordados estão o apoio aos municípios, compensações ambientais, mediação de conflitos, administração das unidades de conservação, medidas de reforma administrativa e de revisão normativa, além de avanços no licenciamento ambiental, na segurança de barragens e na informatização dos processos.
Municípios
A segunda parte do dia foi reservada para iniciativas das prefeituras na gestão ambiental. O prefeito de Catalão, Adib Elias, representou os administradores municipais no evento. Ele lembrou a evolução do debate ambiental ao longo das décadas e destacou os avanços conquistados.
“Logo no início da minha vida pública entendi que o meio ambiente era o futuro, quem saísse na frente teria vantagens competitivas. E buscamos implantar essa mentalidade em Catalão”, afirma. “Somos a primeira cidade do Brasil a tratar 100% do lixo, com usina de reaproveitamento de resíduo de construção e está em implantação o sistema de tratamento de esgoto”, disse Adib.
Segundo o prefeito, os gestores públicos devem liderar as discussões ambientais, cujos frutos têm impacto imediato na qualidade de vida da população. “O meu país é a minha cidade. O povo está carente de líderes e nós, prefeitos, somos os mais imediatos. Então, precisamos tomar frente em benefício da população”, finaliza.
Em seguida, três cases de sucesso de municípios goianos foram apresentados por servidores municipais. De Santo Antônio de Goiás, Lidiane Rodrigues, analista ambiental da cidade, mostrou um novo modelo de calçada sustentável e iniciativas de economia. “Ano passado foram plantadas mais de 500 árvores em avenidas, praças e parques, além da implantação da calçada sustentável padronizada e da substituição integral da iluminação pública por lâmpadas de LED”, afirma.
Lidiane Rodrigues lembra que meio ambiente não necessariamente é um gasto sem retorno. “Implementamos a coleta seletiva no município e o que eu posso dizer que prefeito que não investe nesta atividade joga dinheiro no lixo todos os dias”, aponta.
Angela Bispo, engenheira ambiental de Araguapaz, falou sobre a gestão da Área de Proteção Ambiental do Rio do Peixe, unidade de conservação administrada pelo município.
“O intuito foi integrar a população e os visitantes da região com a área de proteção, uma vez que é um local de grande visitação por conta dos bancos naturais de areia”, explica Angela Bispo. Segundo ela, a prefeitura realiza campanhas educacionais, troca de lixo por produtos e também o plantio de vegetação nativa. O engajamento é grande, com trabalho voluntário da população em diversas áreas, desde mão de obra braçal a trabalho técnicos.
De Jandaia, a engenheira ambiental Marta de Brito, ressalta a importância do apoio dos prefeitos aos trabalhos desenvolvidos pelos profissionais. “O técnico isolado tem muita dificuldade de agir em um município pequeno se não tiver total apoio do prefeito ou prefeita”, diz.
No município, sem grandes verbas para ações, a engenheira afirma que é preciso buscar soluções. “Com criatividade e engajamento é possível alcançar resultados”, diz ela, que buscou parcerias com a Enel para troca de lixo reciclado por desconto na conta de energia e envolveu alunos e professores na compostagem de material orgânico, que abastece hortas escolares, que produzem parte da merenda. “Nossos esforços enquanto município de pequeno porte, foi desviar ao máximo os resíduos do lixão, que não tem a estrutura adequada”, conclui.
Iniciativa privada
Na parte final do painel, o advogado e produtor rural Wilfrido Marques, de Cristalina, e David Canassa, diretor da Legado Verdes do Cerrado, reserva particular de desenvolvimento sustentável de Niquelândia, falaram sobre os benefícios da preservação ambiental para a iniciativa privada.
Wilfrido apresentou o projeto em sua propriedade rural, onde foi idealizado um modelo de recomposição de vegetação nativa para a produção de água, entre outros. “Desenvolvemos um trabalho que queremos que seja a solução para Goiás, Distrito Federal e outras áreas que necessitem de recomposição nativa”, afirma.
David Canassa fez uma apresentação do projeto Reservas Votorantim, que mantém uma extensa área de preservação no interior goiano e em outras regiões do Brasil. “Buscamos modelos de uso sustentável múltiplo do território, com pesquisa, economia, preservação e, futuramente, ecoturismo”, explicou.