Sem medidas preventivas, devastação por incêndios em parques seria muito pior, avalia equipe técnica da Semad

De acordo com a Gerência de Criação e Manejo de Unidades de Conservação (Geuc), o trabalho é efeito por equipes da pasta e também em parceria com empresas, via compensação ambiental. Só nessa modalidade, um total de 207 horas/máquinas foram empregadas na construção de aceiros nos parques estaduais Altamiro de Moura Pacheco e João Leite

Clima seco, baixa umidade e falta de chuvas, que em Goiânia já chega a mais de 120 dias, contribui para o agravamento dos focos de incêndio em Unidades de Conservação de Goiás. Porém, se medidas preventivas não tivessem sido tomadas o cenário poderia ser pior. Somente nos parques estaduais Altamiro de Moura Pacheco (Peamp) e João Leite (PEJoL), na Região Metropolitana de Goiânia, por exemplo, mais de 70 quilômetros de aceiros foram feitos anteriormente.

Mas mesmo com o cuidado implementado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) dentro dos dois parques, que sofrem com um incêndio que se iniciou em propriedades rurais anexas às unidades de conservação e pularam para dentro do parque no último domingo, em função da realidade dos meses de seca em Goiás, nem mesmo os aceiros foram capazes de controlar o fogo.

“Nós temos uma grande quantidade de aceiros dentro destas duas unidades. Mais de 70 quilômetros abertos em nossa gestão, uma vez que não existiam em gestões passadas. Mas, em função do forte calor e do tempo seco, somado aos fortes ventos desta época, nem mesmo esse cuidado preventivo foi capaz de frear o avanço das chamas. Sequer a rodovia que corta o parque, que tem duas pistas, parou”, lembra a secretária Andréa Vulcanis.

A vegetação seca e os ventos fortes, por exemplo, fizeram com que as chamas pulassem a BR-060 nesta quarta-feira (16/9) em três pontos distintos, já controlados pelos combatentes. De acordo com o gerente de Criação e Manejo de Unidades de Conservação, Caio César Neves Sousa, da (Semad), o trabalho é efeito por equipes da pasta e também em parceria com empresas, via compensação ambiental. Só nessa modalidade um total de 207 horas/máquinas foram empregadas nas duas áreas de preservação ambiental.  

Combate

Mesmo com todas as adversidades, equipes de brigadistas da Organização Não Governamental (ONG) Aliança da Terra, que tem convênio com a Semad, homens do Corpo de Bombeiros Militar (CBMGO) e voluntários continuam diuturnamente o combate ao incêndio de grandes proporções que devastam os dois parques. 

Além das equipes que já estão em campo no Altamiro de Moura Pacheco, a Semad já está finalizando a contratação, também via compensação ambiental, de mais brigadistas. Eles vão reforçar o trabalho de combate a novos focos de incêndio na região durante os próximos 60 dias.

Também um grupamento do Corpo de Bombeiros foi instalado dentro da Unidade de Conservação para que as ações sejam mais efetivas. Presente 24h no local, o CBMGO trabalha com uma iniciativa chamada “Golpe Único”, utilizada emergencialmente para a obtenção de resposta rápida em casos de incidentes.

Para controlar o incêndio, a união de esforços da Semad, por meio do trabalho realizado pelos brigadistas, CBMGO e voluntários, conta ainda com apoio de cidades vizinhas que integram a Grande Goiânia. Uma articulação foi feita com a prefeitura de Teresópolis de Goiás, que está colaborando com o fornecimento de alimentação para as equipes de combate.

Proteção dos parques

Em comparação com outras épocas, a Semad ressalta que várias ações vêm sendo realizadas para proteger os parques estaduais em Goiás. Durante anos não houve qualquer ação de prevenção para proteção destas unidades de conservação. Porém, ao assumir o governo, a atual gestão recebeu os parques sem verba alguma. Todo o recurso da compensação ambiental era destinado ao Tesouro Estadual e não retornava para benefício das unidades.

Desde o ano passado, essa situação foi revertida e estes recursos agora estão retornando para o benefício dos parques, criando, assim, a possibilidade da Semad implantar os aceiros nos parques. Além disso, com estes recursos, temos constituído brigadas de incêndio e de ações de prevenção e fiscalização que, até então, eram inexistentes.

Governo na palma da mão

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