Megaoperação do Governo de Goiás flagra pontos de desmatamento e minerações ilegais no município de Cavalcante
O Governo de Goiás, por meio de equipes da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), com apoio das forças policiais do Estado, atua, desde segunda-feira (22/06), para conter o desmatamento ilegal de áreas nativas de Cerrado no município de Cavalcante. São 24 alvos de desmatamento que estão sendo fiscalizados na região, num total de 2.500 hectares, além de atividades de mineração sem licença.
Em uma das áreas, os fiscais chegaram enquanto um funcionário realizava a chamada “limpeza” da vegetação com um trator de esteira, na segunda-feira (22/06). Mais de 170 hectares já haviam sido desmatados no local, vizinho ao território Kalunga. O maquinário pesado foi apreendido e a autoria da infração é do prefeito de Cavalcante, Josemar Saraiva Freire. Está sendo apurado a que título a autoridade ocupa a área, já que naquela região a imensa maioria das terras é de propriedade do Estado de Goiás.
Segundo o superintendente de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, Robson Disarz, que coordena as atividades, a operação foi desencadeada por análise de alertas e desmatamento oriundas de imagens processadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e também por denúncias, com suporte do serviço de inteligência da Semad. “Constatamos pontos de desmatamento recentes e recebemos denúncias de que ações ilegais estariam acontecendo. Nossa pronta ação conteve danos maiores”, afirma. “Estamos preparando as autuações para todos os ilícitos”, completa.
A secretária Andréa Vulcanis lembra o desmatamento flagrado no início do mês na mesma região, que teve repercussão nacional por se tratar de áreas virgens na comunidade quilombola kalunga. “Em pleno Dia Mundial do Meio Ambiente deflagramos uma operação contra a destruição e, menos de 20 dias depois, vimos a insistência em destruir o meio ambiente goiano, numa área inclusive que está sendo estudada para a criação de um Parque Estadual”, aponta.
“A postura do Governo de Goiás é de tolerância zero, vamos acabar com essa cultura da impunidade. O cerrado goiano e sua biodiversidade não podem mais ficar à mercê de atividades ilícitas. Essa situação, além de constituir em danos ambientais sem precedentes, também compromete a economia de Goiás, baseada em atividades sustentáveis que tem suas licenças e autorizações ambientais para funcionar adequadamente” conclui.
Relembre
No último dia 04 de junho, o Governo de Goiás deflagrou operação para apurar denúncias de desmatamento de 500 hectares de área virgem de cerrado no território tradicional kalunga, em Cavalcante. A região, embora esteja ligada à gestão do governo federal, tem atuação também estadual no que diz respeito à proteção do meio ambiente. Ao todo, o valor total da multa ficou em R$ 5.696.800,00 (cinco milhões, seiscentos e noventa e seis mil e oitocentos reais).
Após apurações, a proprietária do imóvel rural, Maria de Lourdes Hlebanja, e a suposta arrendatária na qual foi emitida a dispensa de licença, Apoena Mineração e Comércios Ltda., foram multadas em R$ 2.525.000,00 cada uma pelo desmatamento de 504,5 hectares, com agravamento por estar em território destinado a proteção de comunidades tradicionais.
Outras duas multas, no valor de R$ 115.000,00 cada, foram aplicadas pelo desmatamento de 22,9 hectares, com agravamento por estar em território destinado a proteção de comunidades tradicionais.
O responsável técnico pela emissão da dispensa de licença, Johnatan Palmer, foi multado em R$ 100 mil por elaborar ou apresentar informação falsa perante ao órgão ambiental.
As áreas ainda foram embargadas pelas equipes da Semad, com apoio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema). Na ocasião, foram apreendidas cerca de 300 toneladas de calcário. O material seria utilizado para preparar o solo para operações comerciais da Fazenda, segundo técnicos que acompanharam o trabalho.