Semad visita indústria que usa forno alimentado por resíduos sólidos não recicláveis

Instalação funciona em fábrica de cimento localizada em Cezarina e pode ajudar a diminuir a disposição final de resíduos urbanos em Goiás

Técnicos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) visitaram uma fábrica de cimento, localizada em Cezarina, que utiliza um forno alimentado por resíduos sólidos não recicláveis. Na avaliação da superintendente de Políticas Públicas de Saneamento da Semad, Kaoara Batista de Sá, fornos assim podem servir como solução para a destinação final de resíduos sólidos em Goiás. 

A empresa visitada pela Semad foi a Intercement, onde é feito o coprocessamento, que pode ser uma alternativa de valoração dos rejeitos produzidos, principalmente, por cooperativas. “Essa indústria visitada recebe os resíduos provenientes de diversas indústrias, mas eles, antes do coprocessamento, passam por um processo de caracterização, para identificar melhor cada resíduo”, acrescentou Kaoara. A separação em categorias é feita para enviar cada resíduo para a etapa adequada de processamento (trituração, secagem e homogeneização).

O coprocessamento de resíduos em fornos de cimenteiras é uma prática que tem sido adotada por uma série de empresas do setor em Goiás. “Esse processo consiste em utilizar os resíduos como combustível alternativo para a produção de cimento”, disse a superintendente. Para Kaoara, o resultado da visita é positivo, pois o exemplo da Intercement pode ser levado para outras indústrias que atuam no estado. “Além disso, o coprocessamento pode gerar benefícios ambientais e econômicos, como a redução da emissão de gases de efeito estufa, a diminuição da demanda por matérias-primas e a geração de energia a partir de fontes renováveis”.

Combustível
O combustível derivado de resíduos é produzido a partir da transformação dos resíduos em material semelhante aos combustíveis fósseis (como carvão mineral e o óleo combustível). “O uso do CDR como alternativa aos combustíveis fósseis pode contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa e para a diminuição da quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários, além de estimular a economia circular por meio da valorização de resíduos”, explica Kaoara.

Estavam presentes também na reunião técnica o presidente da Agência de Regulação de Goiânia (ARG), Hudson Rodrigues Novais, o presidente da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Alisson Borges, e integrantes da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP). Eles foram enfáticos na importância de se estabelecer uma parceria entre o setor produtivo, Estado e município nesta política pública que vem sendo construída em Goiás a partir da publicação da Lei Complementar Estadual 182 de maio de 2023 (Lei da Regionalização), que prevê a gestão associada dos serviços públicos de saneamento básico em Goiás.

Foto: Semad

 

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