Diverticulite

Descrição: É uma inflamação que se manifesta basicamente no intestino grosso, parte final do intestino que se distribui pelo abdômen formando uma espécie de U invertido.

Causa: A diverticulose, ou doença diverticular, é provocada pela falta de fibras na dieta alimentar. Fibras ajudam a criar volume fecal maior e as contrações do cólon têm anteparo. Quando elas não existem, como acontece nas dietas à base de carboidratos refinados e proteínas, por exemplo, a pressão dentro do intestino aumenta e facilita a herniação. É provável que fatores dietéticos expliquem a freqüência maior dessa doença no mundo ocidental. Quando se manifesta no Oriente, ela acomete mais o cólon ascendente que se situa no lado direito do abdômen. Já no Ocidente, o cólon descendente e o sigmóide são os mais afetados. Outro fator que influi na formação de divertículos é a idade. Com o passar dos anos, a musculatura lisa do cólon vai perdendo a elasticidade e podem formar-se pequenas hérnias ou divertículos. Em geral, eles aparecem depois dos 50 anos. Fatores genéticos também devem ser considerados. Hoje se estudam os genes que possam determinar alterações nas fibras da musculatura responsáveis pelo processo de contração intestinal e aparecimento de divertículos. A diverticulite é uma inflamação que pode ter como causa uma perfuração induzida por alguma droga ou por agressão ao cólon e está sujeita a complicações graves.

Prevenção: O consumo equilibrado de frutas sem sementes, vegetais, cereais e pão integral ajuda a prevenir as inflamações dos divertículos. Pessoas mais propensas a adquirir inflamação nos divertículos devem evitar alimentos que contêm amido como bolos e biscoitos e não consumir bebidas alcoólicas, frutas secas ou com fibras e cascas, aipo e cereais. Também não é recomendável a ingestão de bebidas com cafeína como o café e os refrigerantes. Beber bastante água, pelo menos oito copos por dia, e manter-se dentro de uma dieta equilibrada evita o inconveniente de adquirir essa doença. Para as pessoas que já estão com diverticulite, existem ervas que amenizam os sintomas da doença. Os chás de camomila ou hortelã possuem um efeito calmante para o estômago e auxiliam as pessoas que estão com indigestão. Mesmo com todas essas dicas, o ideal é que o doente consulte o médico antes de tomar qualquer atitude.

Sintomas: O principal sintoma é a dor infra-umbilical, isto é, abaixo do umbigo. Depois, essa dor se desloca para a fossa ilíaca esquerda, situada no quadrante inferior esquerdo do abdômen. Durante o exame de apalpação, pode aparecer também aquilo que, em linguagem médica, chamamos de mecanismo de defesa e que se caracteriza pelo aumento da dor quando se retira a mão bruscamente depois de pressionar o abdômen. Essa dor pode ser sinal de irritação do peritônio, membrana que reveste internamente a cavidade abdominal. Nos casos de cólon redundante, embora seja provocada por diverticulite no cólon sigmóide, a dor caminha um pouco para a direita do abdômen e pode simular uma crise de apendicite aguda, o que exige diagnóstico diferencial. Nas fases iniciais da doença, além da dor, podem ocorrer ardor e dificuldade para urinar e diarréia branda, raramente com sinais de sangue.

Tratamento: O primeiro passo é sempre fazer um diagnóstico preciso, por meio de tomografia computadorizada e pelo exame de ultra-som, de menor sensibilidade que a tomografia, mas também bastante útil. Sintomas de peritonismo, quer dizer, se a dor aumentar com a descompressão brusca do abdômen, indicam a necessidade de internação em hospital, onde o paciente permanecerá em jejum recebendo antibióticos de largo espetro. Todavia, se não houver sinais de gravidade, inicia-se o tratamento clínico, prescrevendo antibióticos, dieta leve e líquida e observa-se a evolução do quadro por 72 horas. Geralmente, 80% desses casos evoluem para cura. Só depois de quatro ou cinco semanas, o paciente confirma o diagnóstico através da colonoscopia (exame para examinar a superfície interna do cólon, é feita introdução de um tubo com fibra ótica pelo ânus que vai fotografando as regiões por onde passa, deixando ver se há orifícios ou pequenas evaginações da mucosa e também a ocorrência de processos inflamatórios. Fazê-lo na fase inicial da doença traz o risco de agravar o processo de perfuração, uma vez que um possível abscesso tamponado pelas alças intestinais serve de proteção, de aderência. É bom repetir que o exame de colonoscopia feito precocemente pode provocar o trânsito livre das fezes pela perfuração que, na cavidade abdominal, provocarão quadro de peritonite grave.

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