Semad capacita guias turísticos sobre campos e savanas do Cerrado em Alto Paraíso

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), promoveu no Dia do Cerrado (11/09) o Curso de Sensibilização e Capacitação sobre as Fisionomias Abertas do Cerrado. Realizado no Instituto Oca Brasil, em Alto Paraíso de Goiás, o evento reuniu 40 guias de turismo com foco na valorização de campos e savanas, formações essenciais do bioma.

A atividade integra o projeto “Campos do Cerrado”, desenvolvido pela Semad por meio do Programa BioGO em cooperação com a Unicamp. O objetivo é sensibilizar a sociedade sobre a beleza e a importância das áreas não florestais do Cerrado, muitas vezes vistas de forma equivocada como menos relevantes ou até mesmo confundidas com áreas degradadas.

A capacitação foi ministrada por Franciele Peixoto, analista ambiental da Semad e coordenadora do projeto, e pelos pesquisadores Natashi Pilon e Rafael Oliveira, ambos da Unicamp.

“A escolha dos guias de turismo como público-alvo para essa edição do curso foi feita em razão da capacidade de disseminação de informação desses profissionais, que podem agir como agentes sensibilizadores dos turistas visitantes”, afirma Peixoto.

O curso contou com um período teórico, em que foram apresentados dados científicos e materiais de apoio, e uma etapa prática, com atividades voltadas para identificação de espécies indicadoras de ambientes campestres úmidos e secos, além da diferenciação entre gramíneas nativas e exóticas.

A procura superou as expectativas: todas as vagas foram preenchidas e houve formação de lista de espera. Entre os participantes, destacaram-se guias comunitários nativos das regiões do entorno do Parque Estadual de Terra Ronca (Peter), na comunidade de São João Evangelista, do Parque Estadual Águas do Paraíso (Peap), no Assentamento Esusa, e da comunidade Kalunga. Esses territórios abrigam áreas extensas, belas e ricas em biodiversidade de campos do Cerrado, o que torna ainda mais relevante a participação dos guias locais nesse processo de sensibilização.

Segundo a Superintendência de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Emergências Ambientais, a participação dos representantes das comunidades Kalunga, do Assentamento Esusa e de São João Evangelista foi planejada e traduz o posicionamento da Semad em valorizar os atores locais como protagonistas na preservação do Cerrado. “Reservamos vagas específicas para os guias dessas comunidades porque entendemos que eles são guardiões do território e têm um papel central em aproximar os visitantes da cultura local e da riqueza ecológica do Cerrado. Ao priorizar esses guias, reafirmamos nosso compromisso de reconhecer e fortalecer tanto a população do entorno dos parques quanto os povos e comunidades tradicionais, que, com seus saberes, práticas e vínculos históricos com o território, são fundamentais para a conservação do bioma e para a construção de experiências autênticas de visitação”, diz a titular da superintendência, Zilma Maia.

“Eu sentia muita falta de ter mais informações sobre essa área, sobre esse tipo de Cerrado. Agora me sinto muito mais bem informado, mais seguro, para explicar sobre essa vegetação tão importante da nossa região”, agradeceu o guia turístico Felipa de Sá, que atua na região da Chapada dos Veadeiros.

Durante a formação, foi utilizado o “Manual para Identificação e Conservação das Fisionomias Abertas do Cerrado”, produzido pelo projeto e disponível para download no site da Semad.

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