Com programa Pró-Águas, governo prepara revitalização da Bacia do Alto Meia Ponte para colocar fim à crise hídrica
Uma das grandes iniciativas do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável é o Programa Pró-Águas Rio Meia Ponte, que visa revitalizar a região da bacia com ações de curto, médio e longo prazos. “O projeto é ambicioso no intuito de se produzir água por meio da recuperação de vegetação nativa, de nascentes e gestão sustentável das propriedades rurais que pertencem à bacia”, afirma o governador Ronaldo Caiado. A meta é garantir não só maior disponibilidade hídrica para a região urbana, mas para as cidades à montante de Goiânia e também com benefícios diretos para a pujante produção rural da região que vive impactos muito negativos nos últimos anos decorrente da escassez de água.
Neste sentido, o Comitê Permanente de Gestão Integrada para o Enfrentamento da Crise Hídrica na Bacia Hidrográfica do Alto Meia Ponte, sob coordenação do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), se reuniu pela primeira vez no dia 16 de setembro.
O Governo do Estado informa que o primeiro objetivo do comitê é viabilizar, numa primeira etapa, a recuperação de 3 mil hectares no Alto Meia Ponte. O trabalho envolve a proteção de nascentes, uso e manejo adequado do solo, recuperação de pastagens degradadas, cercamento e recuperação de áreas de preservação permanente e áreas de recarga hídrica.
“O objetivo não é só solucionar o problema de abastecimento de Goiânia e região metropolitana”, afirma a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Andréa Vulcanis. “A cada ano, temos menos vazão nos rios da região e isso impacta a economia local já que sem água não há produção agrícola nem industrial”, pontua. “Isso implica em menor produção da indústria, que gera na região cerca de 7 mil empregos diretos e indiretos, menor produção para os pequenos produtores, que hoje são em torno de 5 mil”, informa. “Ou seja, temos que gerar as condições para que a economia local se sustente”, ressalta.
O projeto conceitual de Revitalização da Bacia do Alto Meia Ponte foi elaborado sem custos para o Estado pelo Instituto Espinhaço, organização sem fins lucrativos com atuação em 12 países e ampla experiência em recomposição florestal de larga escala e revitalização de bacias hidrográficas.
Um grupo de trabalho criado na primeira reunião vai levantar diversos tipos de ações que já são realizadas hoje por prefeituras, órgãos estaduais, organizações sem fins lucrativos e produtores, entre outros, de forma autônoma, bem como identificar propostas que visem articular e integrar os diversos entes num esforço comum e integrado.
Todas as ações que podem ser realizadas serão colocadas em uma planilha bem como as que já vêm sendo feitas por atores de forma isolada. São ideias para serem deliberadas no próximo encontro do comitê. Na oportunidade, será definida cada iniciativa que vai compor o plano de ação integrada.
Os resultados do Programa Pró-Águas Rio Meia Ponte já poderão ser sentidos no ano que vem, de acordo com as projeções. O que mais foi dito na reunião do comitê é a necessidade de sair da fase de discurso e passar para ações concretas e práticas para uma solução de médio e longo prazos. Ou seja, para o ano que vem já são esperados resultados.
Metas
O programa visa produção de água como componente chave para o desenvolvimento sustentável e a gestão integrada do território da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, com base no engajamento social, no fortalecimento dos serviços ecossistêmicos, na inovação e nos arranjos produtivos inteligentes.
São, ainda, componentes fundamentais a recomposição florestal e a conservação de solo para a revitalização da bacia hidrográfica e o aumento da segurança hídrica para as pessoas e cidades, em especial Goiânia e sua região metropolitana.
Uma das premissas essenciais é a viabilização dos sistemas produtivos como a produção agrícola e pecuária, além da indústria, por meio da recomposição da vegetação nativa e implantação de ações de conservação de solo e água em áreas prioritárias para a produção de água.