Arie Águas de São João
Área de Relevante Interesse Ecol
A Área de Relevante Interesse Ecológico Águas de São João (Arie Águas de São João) é uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável, criada pelo Decreto Estadual nº 5.182 de 13 de maio de 2000, com uma área de 24,91 ha, situada no distrito Águas de São João - município de Goiás.
A UC foi criada com o objetivo de preservar os mananciais, a flora, a fauna e o paisagismo na área de surgimento das famosas águas sulfurosas, que atrai turistas de diversos lugares.

História da região
A região onde se situa a Arie Águas de São João, no município de Goiás, foi primeiramente habitada por numerosos povos indígenas, “com predomínio dos pertencentes ao tronco linguístico Jê”, destacavam-se os Kayapó do Sul, os Akwen (Kraô, Xakriabá, Xavante, Xerente e Karajá); além dos AváCanoeiro do tronco Tupi-Guarani. O contato com os “brancos” se deu de forma conflitante, provocando a extinção de determinados grupos, a redução de outros e aliança com alguns.
A primeira frente de reconhecimento da região foi liderada pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva em 1683. Atingiu as cabeceiras do então denominado rio Vermelho. Cerca de 40 anos depois, Bartolomeu Bueno da Silva Filho, incumbido pelo governo de São Paulo, retorna ao local onde seu pai esteve e funda, em 1726 o arraial da Barra (atualmente o distrito de Buenolândia, município de Goiás), no ano seguinte, os arraiais de Ouro Fino, Ferreiro e Santana são fundados – muito próximo das nascentes do rio Vermelho, com ouro e água. Em 1729, uma primeira capela, dedicada a Santana, foi edificada.
Água com propriedades medicinais
Teorias sobre o assunto
Há pelo menos três teorias sobre a "descoberta" das propriedades medicinais da água da região, e todas remontam às décadas de 1920 e 1930.
1ª teoria: frei viajante
A primeira é a de que um frei viajante descobriu que brotava, de uma pedreira, uma “água cristalina, azulada, rodeada por uma lama sulfurosa, amassada pela frequência do gado do entorno, que no auge da canícula [período mais quente do ano] apresentava-se nutrido e liso” o que o fez crer que a água tinha poder medicinal.
2ª teoria: fazendeiro leproso
A segunda teoria é a de que vivia ali um fazendeiro que sofria de lepra e que, por conta da enfermidade, foi isolado por amigos e familiares. Em isolamento para morrer, esse homem teria sido incomodado com as moscas varejeiras que pousavam sobre o corpo dele e rolado na lama a fim de diminuir a coceira. Graças às propriedades curativas da água, ele teria voltado a ser saudável e contado aos demais sobre o milagre.
3ª teoria: cavalo recuperado
A terceira teoria é a de que um viajante abandonou, ali na região, um cavalo que havia lhe servido de transporte e que estava ferido. Algum tempo depois, o homem teria voltado ao local e encontrado o animal são e forte.
Fato é que a fama das águas sulfurosas correu e várias famílias se mudaram para região com objetivo de frequentar a nascente. Ao redor do bebedouro formou-se, então, o povoado de Águas de São João. O distrito homônimo foi criado em 1968, com a implantação de uma estação telegráfica, uma escola e uma rodovia.
No início do século passado, a expansão de atividades agropastoris fez com que migrantes - sobretudo do Ceará e da Bahia - se instalassem nos arredores da nascente. A área onde hoje está localizada a vila, por exemplo, era uma fazenda denominada São João da Gurita. Ela integrava uma região denominada Piedade, onde a pecuária bovina era uma das principais atividades econômicas exercidas.
Dentro da unidade de conservação também se professa a fé e se pratica o turismo religioso. Na praça São João Batista, há a capela de São João Batista, que atrai visitantes de todo o país para celebração da tradicional festa de São João Batista no mês de julho. Fato curioso é que apenas nesse evento se permite acender fogueiras no local - e em pontos pré-determinado.



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Informações adicionais sobre a Arie Águas de São João
A Área de Relevante Interesse Ecológico Águas de São João (Arie Águas de São João) tem 24,91 hectares.
Nos limites dela, é proibida a instalação de atividade de explotação mineral que possam causar alterações na quantidade e na qualidade das águas sulfurosas; o exercício de atividade que prejudique ou impeça a regeneração das plantas nativas; ações que ofereçam riscos à sobrevivência das espécies da biota nativa existente no local; colheita de produtos naturais, quando a mesma colocar em risco a conservação ou o equilíbrio homeostático dos ecossistemas da Arie.



