Com chuvas abaixo do esperado, Governo de Goiás já elabora plano de gestão da crise hídrica de 2020, afirma secretária Andréa Vulcanis
A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, afirmou, nesta quarta-feira (13/11), que o Governo de Goiás já prepara o plano de ação para o enfrentamento da crise hídrica de 2020. Em entrevista de 25 minutos aos jornalistas Petras de Souza e Cileide Alves, da Rádio Sagres 730, a titular da Semad comemorou o balanço final da Operação de Enfrentamento da Crise Hídrica do Meia Ponte. “Foi um esforço grandioso de várias partes, que nos ajudaram a alcançar o objetivo de garantir o abastecimento de Goiânia e região metropolitana”, afirma.
Segundo ela, tendo em vista que o regime de chuvas deste ano se apresentou completamente irregular, o governador Ronaldo Caiado já determinou a elaboração da estratégia para o período de estiagem de 2020. Nos 12 primeiros dias deste mês de novembro, foram registrados apenas 29 milímetros de chuva na capital. No mesmo período do ano passado, havia chovido 122 milímetros.
Além disso, a estiagem foi mais longa que o normal: a primeira chuva do segundo semestre de 2018 aconteceu em 15 de agosto, enquanto em 2019 ocorreu em 25 de setembro. “Isso implica diretamente na vazão do Rio Meia Ponte. Na terça-feira (12/11) estávamos com 2.800 l/s. Ano passado, no mesmo dia, eram 9 mil l/s”, explica a secretária Andréa Vulcanis. “Ano a ano a situação tem piorado. O controle que nós temos é de recuperação em solo, para estruturar a recepção dessa água da chuva para que ela permaneça na bacia”, completa.
Como a recuperação da vegetação nativa e das nascentes é uma medida de médio e longo prazos, previstas no Programa Pró-Águas Meia Ponte, do Governo de Goiás (saiba mais aqui), ainda são necessárias medidas emergenciais e de curto prazo para evitar o desabastecimento da região metropolitana da capital e outras áreas do Estado. “O governo determinou a manutenção do estado de alerta e já estamos elaborando, de forma conjunta com o Corpo de Bombeiros, Batalhão Ambiental, Saneago, Faeg e outras instituições, o nosso plano para o ano que vem, quando podemos encontrar um cenário mais difícil”, aponta a secretária.
Andréa Vulcanis detalhou na entrevista à Sagres 730 os primeiros pontos tomados pela Semad, em parceria com a Companhia Saneamento de Goiás S/A. “Solicitamos que a Saneago cadastre todos os produtores rurais que têm os barramentos na bacia, para que promova junto a eles toda a descarga de fundo e que faça o contrato de cessão de água no período de crise hídrica”, explicou. A liberação dos barramentos particulares foi um dos pilares que garantiram o equilíbrio do volume do Meia Ponte durante o período crítico.
Segundo dados da Semad, mais de 4 milhões de metros cúbicos estão estocados atualmente em barramentos particulares na Bacia do Meia Ponte, suficientes para garantir água para a população em caso de crise dentro da média histórica no rio.
“Não é um processo rápido, a Saneago precisa contatar os produtores, identificar se essas barragens têm a vazão de fundo, como fazer água chegar no ponto de captação”, afirma Andréa Vulcanis. “Tudo tem que ser muito bem gerido para evitar o desperdício, por isso a antecedência do planejamento”, conclui a secretária.