Atlas da Vegetação: resultados iniciais serão apresentados em seminário aberto ao público

Além dos resultados do projeto, a programação inclui a premiação do Concurso Fotográfico Remanescer, que celebra os ipês do Cerrado

A primeira etapa do projeto Atlas dos Remanescentes de Vegetação de Goiás foi concluída e vai ter seus resultados apresentados em um seminário, na quinta-feira (27/11), em Goiânia. O projeto visa mapear a cobertura vegetal nativa do território goiano, quantificando e quali­ficando suas fitofisionomias.

O seminário vai ser realizado a partir das 14h, no auditório do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais (Adufg), em Goiânia. Além dos resultados do projeto, a programação inclui a premiação do Concurso Fotográfico Remanescer, que celebra os ipês do Cerrado. As três melhores fotos vão receber troféu e kit especial, enquanto os demais participantes ganham certificado.

O evento é gratuito e aberto ao público geral. Para participar, basta preencher um formulário on-line. O link está disponível ao final do texto.

Lançado em dezembro de 2024, o Atlas é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), viabilizada por meio de um convênio firmado com a Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape) junto ao Laboratório de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (Lapig).

A partir de imagens de satélite e validação em campo, servidores da Semad e pesquisadores da UFG mapeiam e qualificam a vegetação nativa em seis categorias: Campo Seco, Campo Úmido, Savana Seca, Savana Úmida, Floresta Seca e Floresta Úmida.

Nesta primeira etapa, foram mapeadas as bacias hidrográficas do Rio Meia Ponte e dos Bois e as bacias do Médio Tocantins e Paranã. Nessas áreas, o nível de detalhamento alcançado pelas metodologias aplicadas permitiu a identificação de pequenos fragmentos de vegetação nativa.

As próximas etapas vão contemplar as bacias: Paranaíba; Alto Araguaia e Vermelho; Médio Araguaia; e Almas, São Francisco e Corumbá.

Sobre o Atlas

Desde os anos 1980, o Brasil desenvolve projetos de mapeamento de uso e cobertura do solo em grandes áreas, como o RadamBrasil. Mas, o Atlas é o maior levantamento já realizado no Cerrado com esse nível de detalhamento. Em escala estadual, nunca havia sido produzido um mapa tão preciso.

Isso acontece porque o projeto usa como base as imagens de alta resolução disponíveis para consulta pública, fornecidas pelo programa brasileiro de satélites CBERS. Com essa tecnologia, o estudo alcança um nível de detalhamento cerca de 20 vezes superior ao dos mapas de uso e cobertura do solo do MapBiomas, que era a referência utilizada pela Semad.

Para compreender a evolução metodológica, basta imaginar um pixel de imagem gerado por satélite: a partir de certa resolução, torna-se impossível distinguir exatamente onde existe ou não vegetação nativa, o que exige algum grau de generalização. Para superar essa limitação, a Semad promoveu, em 2022, uma consulta pública em formato de seminário, reunindo pesquisadores universitários para debater a metodologia. Um dos consensos estabelecidos foi a necessidade de validação em campo, considerada indispensável para garantir precisão e refinamento aos dados.

A partir desse debate, redigiu-se um termo de referência que norteou o contrato assinado pela Semad e pelo Lapig. O papel da secretaria é o de monitorar a coleta e o manuseio de dados, oferecendo, quando for preciso, consultoria técnica para ajudar a UFG e identificar determinadas fitofisionomias que ocorrem em Goiás.

Cabe ressaltar que existem três tipos de formação na vegetação do Cerrado: campestre, savânica e florestal. E cada uma dessas três se subdivide em várias outras fitofisionomias, entre elas as que se dividem em úmida e seca. Depois de concluído, o Atlas vai mostrar todo esse inventário existente no Estado.

Importância do Atlas

A gerente de geoprocessamento e sensoriamento remoto da Semad, Brisa Maria Tobias, afirma que o Atlas reforça o compromisso do Estado com a conservação da biodiversidade e o planejamento ambiental estratégico, subsidiando políticas públicas mais eficazes para a gestão dos recursos naturais em Goiás.

“É um avanço muito importante. Para nós, esse evento é uma celebração, porque a conclusão dessa primeira etapa marca um passo essencial para compreender, monitorar e fortalecer as ações de conservação de áreas de remanescentes no estado”, celebra.

Segundo a gerente, o Atlas também fornecerá informações mais precisas a respeito da contribuição de Goiás no sequestro de gases causadores de efeito estufa (muito embora existam outras formas de sequestro, além da vegetação). Cada tipo de formação vegetativa a ser identificada no Atlas contribui de uma forma própria nesse processo.

Outra contribuição do Atlas está ligada à implementação das próximas fases do programa de Pagamento por Serviço Ambiental (PSA), tendo em vista que o principal objetivo do PSA é preservar remanescentes de vegetação nativa. Com essas informações, a Semad poderá decidir com mais segurança quais municípios devem entrar prioritariamente no programa.

Link para inscrição: https://forms.gle/7kYGVkU1iz8wQr6o8

Foto: Semad

Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – Governo de Goiás

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