Mãe doa rim para filho em transplante no HGG: “Meu desejo é que ele não sofra mais”

Maria José Batista, de 60 anos passou oito meses em preparação até o tão esperando dia da cirurgia que mudou a vida de Sebastião Neto, de 39 anos, na unidade do Governo de Goiás referência nacional nesse tipo de procedimento

Maria José e o filho, Sebastião, confiantes do sucesso dos procedimentos para o transplante, no HGG

Há mais de um anos, o comerciante Sebastião Lobo Neto, de 39 anos, descobriu que precisaria de um novo rim. Imediatamente, a mãe, Maria José Batista, de 60 anos, se dispôs a doar o órgão para filho. De lá para cá, foram 8 meses de preparação até o tão esperado dia do transplante. O procedimento foi realizado no domingo (29/01), no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HG)G, referência nacional neste tipo de cirurgia.

Antes de entrar para o centro cirúrgico, ainda na Unidade de Transplantes do HGG, Sebastião afirmou que estava ansioso pelo transplante. “É uma sensação inexplicável. Minha mãe e minha irmã se dispuseram a doar. As duas foram compatíveis, mas pela idade, minha mãe foi considerada mais apta. Eu estou confiante que tudo vai dar certo. Logo vou voltar a fazer coisas que a hemodiálise me privou nestes últimos meses”, disse.

Maria José reforçou que se dispôs a doar para acabar com o sofrimento do filho. “Minha maior motivação, meu maior desejo é que ele não sofra mais. Antes de internar, eu imaginava que sentiria medo, mas estou muito tranquila. Eu estou até surpresa comigo mesma. Em nenhum momento tive dúvidas e só pensamentos positivos passam pela minha cabeça”, afirmou.

As cirurgias foram realizadas pelos médicos urologistas, Rafael Ergang e Rodrigo Rosa, que integram o Serviço de Transplante Renal do HGG. Rodrigo Rosa explicou que o doador pode viver normalmente com apenas um rim e que o receptor passa por uma fase de adaptação, mas logo retoma suas atividades normais.

“Eu costumo dizer que o transplantado vai trocar a diálise pela responsabilidade de receber um órgão. Nesse período inicial, principalmente nos primeiros três meses, é um período de adaptação importante, que o paciente precisa tomar cuidado com infecções. Depois desse período, as coisas vão melhorando. Ressaltando que é preciso manter o acompanhamento frequente com um nefrologista”, explicou. 

No pós-transplante, é fundamental que os pacientes estejam atentos a possíveis complicações, como infecções e rejeição do órgão transplantado. O acompanhamento médico próximo no primeiro ano e o uso adequado de medicações são essenciais para garantir o sucesso do transplante.

Doação em vida
Para doar órgãos em vida, a pessoa precisa ser maior de idade. É exigida também uma autorização judicial prévia. Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões.

Para doar órgão em vida, o médico deverá avaliar a histórico clínico do candidato e as doenças prévias. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos, mas há, também, testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.

Alex Bruno Maia (texto e foto)/Idtech

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