Hugo inicia protocolo de controle de dores agudas para reduzir sofrimento dos pacientes

Iniciativa, ainda em fase de implantação, contribui com a eficácia e humanização do tratamento na unidade do Governo de Goiás na capital gerido pelo Einstein

Bomba PCA é tecnologia de ponta utilizada no Hugo para controle seguro e individualizado da dor

Em um ambiente hospitalar onde cada segundo pode fazer a diferença, a dor surge como um desafio invisível capaz de amplificar o sofrimento e comprometer a recuperação dos pacientes. Atento a esse desafio, está em fase inicial de implantação no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do Governo de Goiás gerida pelo Einstein Hospital Israelita, um novo protocolo voltado ao manejo da dor intensa, oferecendo uma abordagem mais humanizada para pacientes com queixas graves.

A iniciativa tem início ainda na porta de entrada do hospital: ao identificar um quadro de dor aguda, especialmente em casos que não respondem ao tratamento padrão, a equipe de anestesiologia é acionada e avalia o paciente, classificando a intensidade do sofrimento por meio de escalas específicas. A partir dessa análise, é definida a estratégia mais adequada de acordo com o perfil do paciente e o tipo de queixa apresentada.

Após a identificação do quadro, são realizados bloqueios anestésicos guiados por ultrassom, uma técnica avançada que garante a visualização precisa das estruturas nervosas. Com essa abordagem, é possível inserir um cateter no local onde é sentida a dor, junto ao nervo afetado, permitindo a infusão contínua e controlada de medicamentos analgésicos. A técnica não só assegura um alívio rápido e eficaz como também reduz os efeitos colaterais associados a analgésicos sistêmicos, promovendo um cuidado mais seguro, direcionado e humanizado em todas as fases da assistência ao paciente.

O hospital traz ainda mais uma alternativa de tratamento altamente tecnológica e inovadora para o controle da dor: a bomba de PCA (Analgesia Controlada pelo Paciente), que permite ao próprio paciente acionar, de forma segura, a liberação de doses de analgésicos previamente programadas. O sistema só libera uma nova dose após transcorrido o intervalo de bloqueio, que impede administrações em excesso, garantindo um alívio individualizado e mais estável da dor, especialmente no pós-operatório, respeitando a sensibilidade de cada pessoa.

O HUGO é o único hospital público do Estado que conta com esse recurso, reforçando o compromisso com a humanização e a qualidade no cuidado ao paciente. “Todo o processo é rigorosamente monitorado, desde o atendimento inicial até o pós-operatório, com o objetivo central de mitigar o sofrimento dos pacientes”, reforça Gustavo Dechichi, coordenador da anestesiologia e do Grupo de Dor do Hugo.

Dor mal controlada
A dor aguda vai muito além de um simples incômodo: é um importante sinal de alerta clínico e um potente agente de estresse fisiológico, capaz de desencadear uma série de complicações. No sistema cardiovascular, pode provocar elevações significativas da pressão arterial e da frequência cardíaca, aumentando o risco de isquemia. No âmbito respiratório, o desconforto intenso prejudica a expansão pulmonar adequada, favorecendo quadros de hipoventilação e atelectasia.

Os impactos neuropsicológicos também são relevantes. O controle inadequado do sintoma está associado a estados de ansiedade, delírio e, em casos mais graves, ao desenvolvimento de transtornos como o estresse pós-traumático. Um dos maiores riscos, no entanto, é a transição do quadro agudo para a condição crônica, que compromete significativamente a qualidade de vida e exige tratamentos prolongados.

“Sentir dor não é algo normal. Em alguns casos, ela pode evoluir para uma condição crônica que acompanha o paciente pelo resto da vida. Por isso, é fundamental um manejo adequado desde o início. Quando conseguimos controlar esse sofrimento de forma eficaz, o paciente tem uma recuperação mais rápida, recebe alta mais cedo e retoma os movimentos com mais facilidade. Esse cuidado faz toda a diferença na qualidade de vida e no sucesso do tratamento”, afirma o especialista.

Texto e foto: Einstein

Governo na palma da mão

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