HGG realiza transplante de fígado às vésperas do Natal

Costureira de 48 anos é a 49ª paciente a passar pelo procedimento no HGG: “Recebi o presente que eu mais desejava”

Vai ser difícil encontrar alguém que esteja tão satisfeita quanto a Sandra Maria Mendes com o presente recebido neste Natal. No último sábado, 23 de dezembro, ela recebeu o que mais desejava: um fígado novo. O procedimento é mais um a ser realizado pela equipe de transplantes do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG). O transplante de fígado da Sandra é o 49º a ser realizado pelos profissionais da unidade.

Antes de entrar para o centro cirúrgico do hospital, a costureira, de 48 anos, conta que, naquele mesmo sábado, recebeu uma ligação telefônica que colocaria fim a sua angústia. Era a Central Estadual de Transplantes informando que havia um fígado compatível, pronto para ser transplantado. “Apesar da gente sempre viver aquela expectativa, quando me ligaram para falar sobre o transplante eu nem acreditei, a ficha demorou a cair. Nas minhas orações, eu pedia pra passar esse fim de ano internada, com um fígado novo e meu pedido se realizou. Não existe presente de Natal melhor”, disse.

Na fila de espera por um transplante desde 2021, ela conta que está ansiosa para poder voltar a fazer as atividades que deixou de fazer por conta do tratamento. “Eu adoro acampar, adoro viajar para pescar. Eu não fazia essas coisas por causa da medicação, que era muito forte, e também porque eu ficava esperando a ligação de que teria um fígado pra mim. Nesses três anos, eu só pensei nesse transplante. Que bom que a espera acabou”, disse ela aliviada.

O transplante da Sandra foi realizado pela equipe liderada pelo chefe do Serviço de Transplantes de Fígado do HGG, o médico Claudemiro Quireze Júnior. De acordo com ele, o transplante de fígado é o de maior complexidade entre todos os transplantes, e, por isso, as equipes de captação e implante precisam trabalhar simultaneamente.

“Quando retiramos um órgão sólido, ele perde a viabilidade pois ele não está recebendo oxigênio. Por isso utilizamos medidas que chamamos de preservação do órgão. Essas medidas são: lavar o órgão com uma solução de preservação e resfriado a quatro graus. Enquanto isso acontece em uma sala, nós preparamos tudo na outra para otimizar o tempo em benefício do nosso paciente”, explicou.

Pioneirismo
O Serviço de Transplantes de Fígado do HGG teve início em 2018 e é chefiado desde então pelo médico Claudemiro Quireze Júnior. O hospital é a única unidade de saúde a fazer esse tipo de procedimento em Goiás e já contabiliza 49 transplantes.

Transplantes
Muitas vezes o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. O Sistema Único de Saúde (SUS), tem o maior programa público de transplante do mundo, no qual cerca de 87% dos transplantes de órgãos são feitos com recursos públicos, permitindo que cada vez mais pessoas tenham uma vida melhor.

Quero ser doador
Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo. No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar. Há dois tipos de doador: o primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão.

Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com diagnóstico de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral). Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado, e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.

Texto e foto: Idtech

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