HCN realiza cinco captações de órgãos para transplante em mês

Unidade de saúde do Governo de Goiás no município de Uruaçu soma mais três captações de rins e córneas, na semana passada, em procedimentos que contaram com o apoio da equipe da Gerência da Transplantes da SES

Referência no Estado de Goiás e no Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) realizou, recentemente, mais duas captações de órgãos para transplante. A 13ª e a 14ª captações, na sexta-feira (8/12) e na terça-feira (12/12), respectivamente, totalizaram cinco procedimentos no período de um mês. No ano, já são nove captações de órgãos para transplante na unidade do Governo de Goiás no município de Uruaçu.

Em ambos os procedimentos foram captados rins e córneas, com o apoio da equipe de médicos e profissionais da Gerência de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás. Os órgãos foram transportados de Goiânia para Uruaçu em aeronave do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO). O 13º doador era um homem de 48 anos que sofreu acidente automobilístico e o 14º era um jovem de 15 anos que sofreu um acidente vascular encefálico (AVC). Os dois se tornaram doadores após terem informado à família o desejo de serem doadores.

Administrado pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimentos (Imed), o HCN se consolidou como referência em captação no Estado e tem desempenhado papel fundamental na promoção da doação de órgãos e no salvamento de vidas por meio de transplantes. A captação foi realizada no próprio hospital, que dispõe de todo aparato tecnológico para realizar esse tipo de coleta.

Os órgãos captados vão dar a chance de uma nova vida a outras pessoas que aguardam na fila do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Segundo Katiuscia Freitas, gerente da Central Estadual de Transplantes, o progresso nos números alcançados pelo Estado reflete a sensibilidade das famílias doadoras, somada aos investimentos em treinamentos e capacitações para a equipe.

“A Gerência de Transplantes continua dedicada a sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos, ao mesmo tempo em que assegura uma logística eficiente para o sucesso desses procedimentos. Cada doação representa um passo em direção a um futuro mais promissor e saudável para aqueles que aguardam na fila de espera”, ressalta a gerente.

O Gigante do Norte, como é conhecido o HCN, se tornou grande aliado dessa causa, instruindo e estimulando familiares e pacientes sobre a importância de ser um doador. Apesar da difícil decisão e da dor da perda, as famílias são abordadas e amparadas pela equipe multidisciplinar da comissão responsável, composta por profissionais do serviço social, psicólogos, equipe médica e de enfermagem, entre outros departamentos importantes para a efetivação da captação.

De acordo com a coordenadora de enfermagem da UTI Adulto do HCN, Leide Vaniele Ribeiro Santos, o gesto de familiares de um mesmo doador pode beneficiar várias pessoas e, todos os anos, milhares de vidas são salvas graças à doação de órgãos. “O transplante pode ser a única esperança de vida ou uma oportunidade de recomeço para as pessoas que precisam da doação, por isso é importante sempre falarmos sobre o tema e incentivarmos a doação”, destaca a coordenadora.

Mais de 100 doares
A rede de saúde do Governo de Goiás obteve em 2023 mais um número histórico, chegando a mais de 100 doadores de órgãos, e o HCN desempenhou um papel fundamental nesse recorde. Até então, o maior número era de 2018, quando foram registrados 89 doadores. No Brasil, mais de 65 mil pessoas aguardam na lista de espera por órgãos, um dos maiores números dos últimos 25 anos.

A posição da pessoa na fila depende de diversos fatores, como compatibilidade, idade, doenças associadas e grau de urgência, conforme avaliação da equipe cirúrgica e sempre com o conhecimento do receptor. Quem regula a fila é o Sistema Único de Saúde (SUS) e os órgãos doados vão para pacientes que aguardam na fila nacional única, controlada pelo SNT.

A doação de órgãos é um ato de amor que torna possível salvar muitas pessoas. A doação após morte encefálica só acontece com autorização da família. Por isso é muito importante comunicar para as pessoas mais próximas o desejo de se tornar um doador.

Victor Weber (texto) Cristiano Martins (foto)/Imed

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