Goiânia sedia 4ª Conferência de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora de Goiás

Assessoria de Comunicação/Conselho Estadual de Saúde

Encontro recebe nomes importantes da área e busca ampliar o espaço de discussão sobre Saúde do Trabalhador e intensificar as ações do controle social

Na noite dessa quarta-feira, 25, ocorreu a solenidade de abertura da 4ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora de Goiás (4ª CESTT). Reunidos no espaço para eventos do Augustus Hotel, na avenida Araguaia, em Goiânia, compôs a mesa o Coordenador da Comissão Interssetorial, Marcelo Rodrigues, a Superintendente de Vigilância em Saúde, Tânia Silva Vaz, representando o Secretário de Estado da Saúde, a representante do governador Marconi Perillo, Meire Incarnação Ribeiro Soares, a representante do prefeito Paulo Garcia, Hebe Macedo, do Ministério da Saúde, Fernando Heliotério, além dos presidentes do Conselho Estadual de Saúde de Goiás (CES-GO), Venerando Lemes de Jesus, e do Conselho Nacional de Saúde,  Maria do Socorro de Souza (CNS). Essa etapa busca reunir e desenvolver as discussões e proposições oriundas das Conferências Macrorregionais, realizadas nos meses de maio e junho deste ano no estado. Há, ainda, como objetivo, a formulação de 12 diretrizes que serão encaminhadas à etapa nacional, a ser realizada no segundo semestre.

Segundo Maria do Socorro, o valor desse momento não é apenas o de formar delegados para a Conferência Nacional, mas, sobretudo, o de construir uma agenda local que englobe os anseios da população em relação ao SUS. “O momento mais importante é quando estamos na nossa casa, no nosso bairro, no nosso território, dizendo qual é o SUS que a gente quer, aglutinando ideias para dar força às propostas na etapa nacional”, explicou. Tânia Silva, por sua vez, alerta que é preciso identificar o perfil produtivo do estado e os riscos a que estariam expostos os trabalhadores, pois o desafio, afirma, é encontrar um caminho que possibilite uma produção sustentável e garanta a saúde das pessoas.

 

“Nós temos a responsabilidade de representar, entre diversas categorias, a classe trabalhadora brasileira”, afirmou Maria do Socorro. E continua: “Nós não somos fragmentos, não somos a prefeitura, o governo do estado ou somente o SUS. O sentido dessa conferência é a saúde do trabalhador e da trabalhadora enquanto direito de toda classe trabalhadora e dever do estado”. Meire Incarnação chama à atenção os 25 anos da criação do SUS e o quanto estamos aquém do que deveríamos estar no que se refere às ações de promoção da saúde do trabalhador e trabalhadora, mas aponta o significado dessa plenária para a discussão e elaboração de propostas e reafirma o comprometimento do governo com esse tema.

 

Venerando Lemes lembra da importância da participação coletiva na construção do evento, distribuindo agradecimentos a todos os envolvidos e parabenizando o trabalho árduo daqueles que se destacaram pelo comprometimento com as Conferências Macrorregionais (realizadas nas cidades de Formosa, Anápolis, Goiânia, Rio Verde e Itumbiara), espaços onde foram discutidas e elaboradas as propostas que darão vida à atual etapa. Hebe Macedo destacou a evolução histórica do SUS e, mais especificamente, a atenção à saúde do trabalhador. “Esse evento ajuda a implementar uma política que foi construída gradativamente, há muito tempo, por pensadores, sanitaristas, médicos do trabalho, enfermeiras, enfim, profissionais de diversas áreas. Hoje as ações devem ser interssetoriais e intrassetoriais, seguindo juntos, pois sozinho ninguém faz saúde do trabalhador”, finalizou.

Conselho Nacional de Saúde

A presidenta do CNS não veio apenas para abertura. Diz que pretende acompanhar algumas palestras e que está muito interessada no que a conferência de Goiás irá produzir. “O estado tem um PIB maior que o da média nacional, ocupa uma extensão significativa do território e é tradicionalmente rota de migração – antigamente do nordeste para o sudeste, hoje para o próprio centro-oeste; além disso, sua economia apresenta força no agronegócio, mas também forte processo de industrialização, baseado em mecanização e alta tecnologia. Todos esses aspectos criam um cenário complexo em relação à assistência ao trabalhador”. Maria do Socorro elogia a organização do evento e o comprometimento do Conselho Estadual de Saúde na preparação e na mobilização dos atores sociais necessários para a realização do encontro.

 

Apesar de satisfeita em ver o crescimento do controle social no estado, a presidenta alerta para o pouco envolvimento da gestão e para o caráter acanhado de parte dos movimentos sociais na região. ” Goiás é um estado com profundas raízes conservadoras, sem tradição de participação popular nas instâncias de poder e isso se reflete numa parcela dos movimentos sociais, ainda tímido e conservador”, atesta. A ausência da devida atenção a essa problemática, no entanto, não é um fenômeno regional. Segundo Maria do Socorro, “em 25 anos de SUS e de redemocratização, nenhum governo trouxe esse tema para sua agenda. Não teríamos avançado sem o engajamento popular. Por isso é fundamental que experiências como essa continuem e se aprofundem”.

Evento

 

Além das considerações feita pelos convidados, a abertura contou, logo no seu início, com a apresentação da cantora goiana Shailla, que animou o ambiente, arrancando aplausos e elogios dos presentes. Todos puderem acompanhar, ainda, a Palestra Magna de Fernando Alves Nunes, Analista do Ministério da Saúde, professor universitário e integrante do Laboratório de Saúde do Trabalhador da Universidade de Brasília (UnB), cujo tema era “Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora: dever do estado, direito de todos”.

 

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