Tais tipos de acidente são uma das principais causas de internação entre pessoas com idade acima dos 60 anos, especialmente quando há fraturas no quadril

A população idosa tem crescido rapidamente, no Brasil, passando de 7,7% em 2012 para 10,5% em 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, o País conta com cerca de 22 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, o que representa aproximadamente 11% da população total.

Nesse contexto, as quedas entre idosos são uma preocupação crescente, já que mais de 7 milhões de idosos sofrem quedas em seus lares a cada ano. No Dia Nacional do Idoso, comemorado em 1º de outubro, o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) ressalta a importância de medidas preventivas que podem reduzir significativamente esse risco e melhorar a qualidade de vida dessa população.

As quedas representam uma das principais causas de internação entre idosos, especialmente devido às fraturas de quadril. Segundo Eduardo Carneiro, gerente de reabilitação física e visual do Crer, a unidade realiza, em média, 130 cirurgias de quadril por mês, das quais 60% são causadas por traumas, e a maioria desses casos são relacionados a quedas.

Ele destaca que, após a cirurgia, os pacientes recebem um acompanhamento integrado de médicos e fisioterapeutas. Esse processo de reabilitação inclui sessões de fisioterapia no solo e, quando necessário, hidroterapia. O tempo médio de reabilitação é de quatro a cinco meses, com o objetivo de recuperar a mobilidade e garantir que o paciente passe por uma reabilitação segura.

Prevenção
O protocolo de prevenção de quedas do Crer abrange tanto o período de internação quanto o atendimento ambulatorial. Todos os profissionais são capacitados para orientar pacientes e familiares sobre medidas preventivas, como o uso seguro do leito hospitalar e dos banheiros, além de cuidados no ambiente domiciliar.

Eduardo destaca a importância de remover obstáculos, melhorar a iluminação, instalar barras de apoio e utilizar calçados adequados. “Essas medidas são fundamentais para reduzir o risco de quedas tanto dentro quanto fora da instituição”, afirma.

Além das adaptações no ambiente, o foco da reabilitação no Crer está no fortalecimento muscular e no aprimoramento do equilíbrio. Durante as sessões de fisioterapia, os pacientes são orientados a realizar transferências seguras, como passar da maca para a cadeira de rodas ou do vaso sanitário para a cadeira, o que garante uma recuperação mais segura e promove a independência.

Dispositivos de marcha, como andadores e bengalas, são frequentemente recomendados para aumentar a segurança na locomoção e são disponibilizados pela Oficina Ortopédica do Crer, facilitando a recuperação dos pacientes.

Um exemplo desse cuidado é Helena Rodrigues dos Santos, de 83 anos, paciente do Crer que sofreu teve fratura no fêmur após queda em casa. Após passar por cirurgia, ela realiza fisioterapia duas vezes por semana na unidade. Sempre ativa e acostumada às suas tarefas de forma independente, teve sua rotina alterada após o acidente.

“As terapias estão me ajudando muito com as dores que sinto. Gostaria de deixar um recado para outros idosos: cuidem-se para que o que aconteceu comigo não aconteça com vocês. Cuidem da sua saúde”, aconselha.

Juliana Saran (texto e foto)/Agir