Crer alerta para os impactos da obesidade na saúde dos joelhos: excesso de peso compromete mobilidade e qualidade de vida
Fortalecimento muscular, principalmente de quadríceps e glúteos, com acompanhamento profissional, protege as articulações e melhora a funcionalidade, afirma gerente multiprofissional de Reabilitação Física e Visual do Crer
A obesidade atinge cerca de um em cada quatro adultos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. A unidade do Governo de Goiás, Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) alerta que o excesso de peso aumenta significativamente o risco de lesões articulares, dores crônicas e limitações de mobilidade, especialmente nos joelhos, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes. A instituição reforça a importância da prevenção e conscientização para conter esses impactos.
Eduardo Carneiro, gerente multiprofissional de Reabilitação Física e Visual do Crer, explica que os joelhos estão entre as articulações mais sobrecarregadas do corpo. O excesso de peso intensifica a pressão sobre eles, acelerando o desgaste da cartilagem, causando dores crônicas e favorecendo o desenvolvimento de condições graves, como a artrose.
“Manter um peso saudável, associado a uma alimentação equilibrada e à prática de atividades físicas de baixo impacto, como caminhada, natação ou bicicleta ergométrica, é essencial. Além disso, o fortalecimento muscular, principalmente de quadríceps e glúteos, com acompanhamento profissional, protege as articulações e melhora a funcionalidade”, orienta Carneiro.
Cuidar da saúde dos joelhos, segundo ele, vai além da estética: é uma medida eficaz para prevenir problemas futuros e garantir uma vida com mais qualidade.
Histórias de reabilitação
Simone Aparecida Rosa Souza, de 61 anos, enfrentou uma mudança drástica em sua rotina após um acidente em 2000, que resultou em limitações físicas e desencadeou um quadro de obesidade. Antes do acidente, ela era técnica de enfermagem e levava uma vida ativa. Hoje, lida com restrições de mobilidade e dores agravadas pelo excesso de peso. Já utilizou cadeira de rodas, muletas e, atualmente, depende de uma bengala.
Paciente do Crer, Simone passou por diversas cirurgias e participa de tratamentos, como hidroterapia e acompanhamento nutricional, que têm sido fundamentais para sua recuperação. “O esforço é constante, mas o apoio do Crer tem sido essencial para superar as dificuldades e resgatar minha qualidade de vida”, afirma.
Julio de Carvalho da Silva, de 40 anos, morador de Itapuranga (GO), sofreu uma lesão no joelho em um acidente doméstico que resultou na ruptura do menisco e no desgaste da cartilagem, agravados pelo excesso de peso. Após ser encaminhado ao Crer, ele passou por cirurgia e iniciou a fisioterapia.
No início do tratamento, Julio tinha dificuldades severas de locomoção. Hoje, graças a exercícios regulares, ele relata melhorias significativas. Porém, ainda enfrenta desafios relacionados ao peso. Durante o período de inatividade, ganhou 20 quilos, alcançando 140 quilos, e agora busca acompanhamento nutricional para melhorar sua saúde.
“O Crer tem sido essencial na minha recuperação. Meu conselho é: ao menor sinal de lesão, busquem tratamento rapidamente. Cuidar da saúde e do peso não é uma escolha, é indispensável para viver melhor”, orienta Julio.
O papel do Crer na prevenção e reabilitação
O Crer adota uma abordagem integrada e centrada no paciente, combinando fisioterapia com exercícios de fortalecimento muscular e práticas de baixo impacto, como hidroginástica e bicicleta ergométrica. A instituição destaca que manter o peso controlado e adotar uma rotina de atividades leves, como caminhadas e alongamentos, são medidas essenciais para evitar problemas articulares e preservar a mobilidade.
Além disso, o trabalho multiprofissional do Crer busca conscientizar os pacientes sobre a importância de hábitos saudáveis, oferecendo suporte em todas as etapas do tratamento. Mais do que reabilitar, a instituição tem como objetivo promover qualidade de vida e prevenir complicações futuras, ajudando os pacientes a retomarem suas rotinas de forma ativa e segura.
Juliana Saran (texto e foto)/Agir