Ampliação de atendimento oftalmológico reduz fila de espera em atendimentos eletivos no Hospital Estadual de Jataí
Desde 2022, a unidade já realizou mais de sete mil cirurgias para tratamento de catarata e pterígio

Com a ampliação do atendimento oftalmológico, o Hospital Estadual de Jataí Doutor Serafim de Carvalho (HEJ) realizou, nos dias 25 e 26 de setembro, 60 cirurgias de catarata e pterígio, sendo 30 procedimentos por dia. As intervenções aconteceram no Centro Cirúrgico de Pequenos Procedimentos da unidade de saúde. Desde o início dos procedimentos, em 2022, já foram realizadas mais de sete mil intervenções oftalmológicas. Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) foram beneficiados com a iniciativa do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), que inclusive contribuiu para a redução na fila de espera dos atendimentos eletivos.
O médico oftalmologista da unidade, Leiser Franco, responsável pela realização das cirurgias, diz que esses pacientes passam por um preparo como conferência do olho a ser operado e utilização de colírios, o que dura aproximadamente 40 minutos. “Cada procedimento dura em torno de 10 a 20 minutos, dependendo da complexidade de cada caso. É uma cirurgia minimamente invasiva, considerada uma microcirurgia, não precisa dar ponto, não tem perda de sangue. A gente aspira a catarata com um aparelho de ultrassom em laser e implantamos uma lente intraocular que vai substituir o cristal natural que opacificou pela catarata. É feito um curativo e esse paciente é liberado com as orientações do pós-operatório, a forma correta de usar o colírio e as precauções que ele deve ter no pós-operatório”, explicou.
De acordo com o médico, o paciente já sai do hospital com a data do retorno agendada para a cirurgia do segundo olho. “Fazemos o procedimento de um olho de cada vez. Aqueles pacientes que já fizeram todos os procedimentos cirúrgicos são marcados seus retornos pós-operatórios; onde no pós-operatório final, às vezes, é prescrito a utilização de óculos de grau para ajustar a visão.”
A senhora, Lucely Rosa, uma das pacientes contemplada com a cirurgia, explica que sua visão foi diminuindo ao longo do tempo. Ela conta que achava que os óculos estavam fracos, mas durante uma consulta com os profissionais especializados descobriu que estava com catarata. “Perder a visão não é uma situação fácil de lidar. Eu tenho vontade de fazer as coisas, de trabalhar. A perda da visão estava me limitando. Agora, com a cirurgia, eu espero ver os novos horizontes e possibilidades, porque eu quero voltar a enxergar,” afirmou.
Já o paciente Euclides Vilela veio de Quirinópolis, cidade no interior de Goiás, para realizar o procedimento no HEJ. Ele explica que no momento de renovar a carteira de habilitação foi solicitado que ele realizasse a cirurgia. “Eu fiz no olho esquerdo. Não doeu. Agora vamos esperar se vai melhorar a vista, para tentar a minha renovação novamente. Espero que melhore para operar o outro olho”, comentou.
O diretor técnico assistencial do HEJ, médico Pedro Vinícius Leite, afirma que estes procedimentos começaram a ser realizados em 2022, no período pós-pandemia. Ele explica também que os procedimentos são considerados cirurgias ambulatoriais, em que o paciente não precisa de internação hospitalar e após o procedimento recebe alta no mesmo dia. “O HEJ tem a perspectiva de realizar 258 cirurgias oftalmológicas por mês. Essa ação é muito importante tanto para a cidade de Jataí quanto para os outros 27 municípios atendidos pelo Hospital Estadual de Jataí. Com isso, vamos diminuir a necessidade de encaminhamento de pacientes a Goiânia, para a realização das cirurgias oftalmológicas, visto que aqui na unidade a temos suporte para oferecer um tratamento de alta qualidade, o que acaba diminuindo essa necessidade do paciente ser transportado para a capital”, ressaltou.
O diretor técnico do HEJ destaca, ainda, o diferencial do atendimento da unidade para a população de Jataí e região. “Eles encontram na unidade uma equipe capacitada, com alta tecnologia, para a execução desse procedimento que melhora a qualidade de vida das pessoas, proporcionando o retorno da visão plena”, concluiu.
Doenças oculares
A catarata surge na maioria dos casos, pelo envelhecimento, mas também pode ser congênita, traumática ou provocada por fatores como diabetes, uso prolongado de medicamentos ou exposição excessiva ao sol sem proteção. Seus sintomas incluem a visão embaçada, sensibilidade à luz, dificuldade para ler sem iluminação intensa, perda da visão noturna e alteração das cores. “A catarata é a opacidade do cristal natural do olho. Normalmente vai ocorrendo com a idade. A partir dos 55 anos, já começa a formação de catarata, impactando a visão. Com isso, os pacientes começam a ter uma visão não tão nítida”, explicou Leiser. O médico destaca que a catarata não volta mais.
Já o pterígio é aquela carninha que cresce por fora do olho. “Nas fases iniciais ele não atrapalha a visão, porém, ele deixa o olho mais sensível. Então, qualquer vento, poeira, qualquer contato que tenha com algum fator irritativo o olho fica mais vermelho, lacrimeja, irrita, inflama mais facilmente. Às vezes, ele ocorre em pacientes mais jovens e o que é feito é como se fosse uma raspagem daquela carne com alguns cuidados para que ela não volte a crescer, porque o pterígio pode reincidir, às vezes, com o tempo. A chance de reincidência é pequena, é menos de 5% e quando você tem os cuidados maiores na cirurgia, essa chance pode cair para menos de 1%”, disse o médico oftalmologista.
Foto: Saulo Humberto
Secretaria de Estado da Saúde – Governo de Goiás


