Ambulatório para transexuais começa a funcionar no HGG


O Hospital Alberto Rassi – HGG lançou nesta terça-feira, dia 12 de setembro, para imprensa, representantes dos movimentos sociais que lutam pelos direitos LGBT, convidados e pacientes, o Serviço Especializado do Processo Transexualizador – Ambulatório TX, que oferecerá atendimento médico e multiprofissional aos transexuais e travestis. O Hospital já se preparava desde 2016 para o atendimento ao público trans, quando foi assinado o protocolo de intenções pelo Governo de Goiás, diretoria da unidade e representantes do movimento LGBT. De acordo com a portaria nº 2.803/2013 do Ministério da Saúde (MS), que redefine e amplia o processo transexualizador no SUS, as cirurgias também podem ser realizadas fora de hospitais universitários. Antes, o serviço era somente realizado no Hospital das Clínicas. Atualmente o HGG já possui seis pacientes cadastrados.

O psicólogo Marcos Antônio Ribeiro Moraes, coordenador do Ambulatório TX explicou como será o atendimento aos pacientes, que incluirá a parte ambulatorial, com acompanhamento clínico, pré e pós-operatório e hormonioterapia; e parte hospitalar, onde entrarão a realização de cirurgias e acompanhamento pré e pós-operatório, além de assistência interdisciplinar e multiprofissional das especialidades, na parte ambulatorial de Psiquiatria, Psicologia, Assistência social, Endocrinologia, Clínico Geral, Enfermagem, e Hospitalar (cirúrgica), nas áreas de Ginecologia, Urologia, Cirurgia plástica, Endocrinologia, Enfermagem, Psiquiatria e Psicologia, Assistência Social e Fonoaudiologia.

A coordenadora do Centro-Oeste da Associação Nacional dos travestis e Transexuais do Brasil (Antra), Rafaela Feitosa Damasceno, que prestigiou o evento, falou da luta dos trans e da importância do serviço. “Há uma necessidade muito grande de médicos para o atendimento à população trans no Estado de Goiás e até mesmo para desafogar as filas já existentes hoje. Acredito que, em breve, ela não existirá mais agora com a atuação do Hospital das Clínicas (HC) e do HGG nesse atendimento”, considera, relatando que, atualmente, somente no HC desde a abertura do serviço, entraram no programa 168 pacientes entre homens e mulheres trans.

Para a superintendente de Políticas de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde Goiás, Evanilde Fernandes Costa Gomide, a acessibilidade e inserção do público trans a todos os serviços do Sistema Único de Saúde é um dos pontos fundamentais deste lançamento. “Hoje estamos dando esse acesso a uma parte da população, de homens e mulheres, que necessitam desse atendimento diferenciado. O Estado de Goiás e a Secretaria de Estado de Saúde estão realizando um compromisso com uma das diretrizes do princípio do SUS, que é o acesso gratuito e de qualidade a todos os serviços de saúde, por todas as populações que precisam de atendimento”, avaliou.

Homem trans, o operador de call center, Kel Marques, de 23 anos, antes paciente do HC, está sendo atendido há cerca de três meses pelo HGG, e comemorou o lançamento do serviço, que proporcionará a mais trans adequarem seus corpos à sua identidade de gênero. “Eu acredito na abertura do projeto e a minha expectativa é muito grande, que se iniciem logo as cirurgias, que eu possa realizá-la para uma maior qualidade de vida, assim como também quem precisa”, considerou, contando sobre algumas mudanças que tem passado e sobre a possibilidade de cirurgia. “Não foi fácil chegar até aqui. Sempre tive o receio, mas o meu desejo sempre foi fazer a cirurgia. Eu queria ter no espelho a imagem que eu tenho realmente de mim. Já faço hormonioterapia e muitas coisas já mudaram e cada mudança foi uma conquista. Me sinto realizado, estou tendo um atendimento muito humanizado, com acolhimento e um ótimo atendimento psicológico aqui”, destacou.

 

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