Nova superintendente fala sobre desafios da SEST-SUS para 2019

Com perfil técnico, Luciana Vieira estará à frente da gestão da Escola de Saúde Pública Cândido Santiago, o Centro de Excelência em Ensino, Pesquisas e Projeto Leide das Neves Ferreira

Quem assume a Superintendência de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS (SEST-SUS) da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) é a doutora em Ciências e Tecnologias em Saúde, Luciana Vieira. Bacharel em fisioterapia e mestre em Ciências Médicas, ela foi militar da Força Aérea do Brasil durante quatro anos. O currículo da nova superintendente conta ainda com especializações na área de fisioterapia respiratória e em Gestão de Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS).

Com experiência na área de gestão, Luciana atuou na Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal e foi diretora de ensino e pesquisa do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde também já coordenou programa de residência em fisioterapia. Conifra a entrevista da nova superintendente sobre como conduzirá os trabalhos da SEST-SUS.

Por que aceitou o convite para assumir a SEST-SUS?

Quando eu recebi o convite para assumir a SEST-SUS, eu busquei informações sobre a Superintendência, a Escola de Saúde Pública Cândido Santiago (ESAP-GO), o Centro de Excelência em Ensino, Pesquisas e Projeto Leide das Neves Ferreira. A SEST-SUS se mistura com minha atuação profissional e com aquilo que acredito, que é o ensino e pesquisa qualificando a assistência. Quando a gente produz uma pesquisa para gerar uma assistência de mais qualidade, essas coisas se misturam, se integram e qualificam o que a gente entrega pra nossa razão de existir, que é nosso paciente-usuário.

Qual a sua avaliação sobre o trabalho realizado aqui na SEST-SUS?

Eu tenho muito respeito ao trabalho que já foi feito aqui, que é de qualidade e de muita excelência. Eu não acredito que a gente chega e faz uma ruptura e desmerece tudo que foi feito. Muito pelo contrário, minha intenção aqui é contribuir para que a SEST cresça ainda mais, respeitando o trabalho que foi feito e respeitando a história das pessoas que estão aqui, a dedicação, o comprometimento de todos esses servidores que fazem parte da SEST-SUS e que constroem esse movimento todo.

Como a sua experiência profissional pode contribuir para a SEST-SUS?

Eu tive 10 anos de experiência em assistência, ensino e pesquisa. Desde 2013 eu trabalho com gestão. Primeiro com a estruturação do centro de pesquisa clínica no Hospital de Base do Distrito Federal; depois com a parte de modelagem de processos, gestão estratégia e planejamento em saúde. No último ano eu assumi o maior desafio profissional que foi a diretoria de Ensino e Pesquisa do Instituto Hospital de Base. A gente teve uma mudança de modelo de gestão que nos deu mais autonomia tanto para contratação quanto para compras e captação de recursos. E o nosso desafio lá foi estruturar essa diretoria para que a gente pudesse qualificar a assistência e apoiar a captação de recursos, ou seja, dar sustentabilidade ao processo.

Isso tudo faz com que eu possa contribuir um pouquinho para que a SEST-SUS cresça ainda mais, para que ela tenha mais autonomia orçamentária, financeira e administrativa. Buscar essa autonomia significa entregar produtos de mais qualidade, capacitar da melhor forma possível com metodologia ativa, com esses processos diferentes que a gente tem hoje de ensino-aprendizagem. Isso porque eu entendo que a SEST-SUS, a ESAP-GO e o Centro de Excelência em Ensino e Pesquisa têm uma responsabilidade grande com o Estado de Goiás, com os trabalhadores estaduais e com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Qual sua opinião sobre a construção do PEEPS e quais os são desafios daqui para frente?

Foi uma proposta de planejamento ascendente, bottom-up (que é quando você constrói de baixo para cima mesmo). A equipe da SEST-SUS foi às regiões de saúde, entendeu as necessidades, fez um diagnóstico e a partir dessas oficinas produziu um Plano Estadual de Educação Permanente em Saúde (PEEPS). O plano está muito bem construído em termos de diagnóstico e em termos de diretrizes. Qual o nosso desafio hoje? Desdobrar essas diretrizes em ações para que efetivamente aquilo que foi identificado como as principais necessidades de cada uma das 18 regiões de saúde de cada um dos 246 municípios possa ser atendido e possa ser respondido.

Os profissionais, as regiões e os municípios têm necessidades diferentes. Então eu preciso olhar para os indicadores de saúde e ver onde é preciso investir mais recursos, tempo e estrutura. Tudo isso para qualificar cada uma das regiões e dos municípios naquilo que eles de fato precisam. Então a intenção da gente é fazer um trabalho muito próximo com a Secretaria de Estado da Saúde, com a SPAIS (Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde), com a SUVISA (Superintendência de Vigilância em Saúde), para que a gente entenda o que a assistência precisa e apoie na qualificação desses trabalhadores do SUS.

Vai ter mudança na estrutura administrativa da SEST-SUS?

Existe uma proposta de reestruturação administrativa em toda a Secretaria e nós vamos fazer esse olhar também aqui para a SEST-SUS, no sentido de dar mais autonomia e mais governabilidade para captar mais recursos. O ensino e a pesquisa são uma fonte importante de captação de recursos. Não existe nenhum impedimento para que o SUS capte recursos. Às vezes a gente acha que só pode ter financiamento direto do Estado. Mas a iniciativa privada também permite que a gente capte recursos. Então a gente tem esse desafio de captar mais recursos e de não depender só do financiamento do Estado para garantir a sustentabilidade da SEST-SUS, da Escola e do Centro de Pesquisa.

Como será o perfil da nova gestão?

O nosso secretário de saúde, Ismael Alexandrino, repete muito uma frase: “um líder que não serve para servir não serve para ser líder”. Então a nossa função aqui é servir por meio do conhecimento que temos ao longo do tempo, das experiências prévias que a gente teve. A nossa intenção é apoiar para que todos os colaboradores da SEST-SUS possam desempenhar suas funções da melhor forma possível. A ideia é dar autonomia para que o servidor faça o que ele sabe fazer, pois ele é um técnico, ele tem experiência e sabe o que tem que ser feito. Mas ele também é responsável pelos resultados e pelas entregas. À luz do que a gente recebe de diretriz também da Secretaria de Saúde e do Ministério da Saúde, a função do líder é definir qual é o rumo, é ser o farol para a equipe. Então a minha intenção é apoiar da melhor forma possível e ser o melhor farol possível para que essa equipe consiga construir o que a gente acredita que é a SEST-SUS.

Currículo

Natural de Florianópolis (SC), Luciana Vieira é doutora em Ciências e Tecnologias em Saúde pela Universidade de Brasília (2016) com período sanduíche na University of Toronto, no Canadá, e mestre em Ciências Médicas pela Universidade de Brasília (2009).

Bacharel em fisioterapia pela Universidade Católica de Brasília (2002) foi militar da Força Aérea do Brasil durante quatro anos (2002-2006). O currículo conta ainda com duas especializações: uma em fisioterapia respiratória pela Universidade de Brasília (2004) e outra em Gestão de Emergências no SUS pelo Instituto Sírio-Libanês (2014).

Luciana chega à SEST-SUS com uma bagagem de peso também na área de gestão: foi gerente de Modelagem de Processos da Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal em 2017, e Diretora de Ensino e Pesquisa do Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) em 2018. Antes de assumir essa diretoria, instituiu e coordenou o Programa de Residência em Fisioterapia do HBDF (2013-2015). Tem experiência na área de ensino e pesquisa, atuando principalmente nos temas relacionados à avaliação de tecnologias em saúde e avaliação muscular em pacientes críticos.

Gabriela Dutra, da Comunicação Setorial

 

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