Hurso realiza terceira captação de órgãos do ano

Família de paciente que teve morte encefálica confirmada decidiu pela doação, resultando na captação de dois rins, fígado e córneas

O Hospital Estadual de Urgências da Região Sudoeste (Hurso) vem desempenhando um papel de suma importância na captação de órgãos. Em 2019, já foram realizadas três cirurgias dessa natureza, beneficiando dezenas de pessoas que aguardavam um órgão na fila de doação. A última captação ocorreu nesta última semana de outubro.

Durante todo o mês de setembro, na unidade da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) em Santa Helena, foi realizada uma campanha para conscientizar e informar sobre doação de órgãos. A família do paciente J.S.N., que teve a morte encefálica confirmada, decidiu pela doação. “Para manter meu irmão vivo, decidimos doar os órgãos dele. Ele vai estar vivo em outras vidas e esse foi o motivo que nos levou a fazer essa doação”, explicou o irmão, W.

Foram doados os dois rins, fígado e córneas que tiveram como destino Goiânia e Brasília. “Se as pessoas agissem com um pouco mais de compaixão pela dor do próximo, o mundo seria bem melhor. Fico feliz em saber que pessoas terão um tempo e uma qualidade de vida melhor por causa de um simples ato”, comentou H., cunhada de J.S.N.

Sobre a doação

Existem várias dúvidas sobre doação de órgãos e, para esclarecer algumas delas, conversamos com Ana Paula Alves, enfermeira da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO). “Pode ser um doador de órgãos aquela pessoa que apresentou morte encefálica, geralmente de Trauma Crânio Encefálico (TCE) ou Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, explicou.

Quando é confirmada a morte encefálica, a Central de Transplantes ou a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) entra em contato com a família e presta o esclarecimento sobre o processo de doação.

Os principais órgãos e tecidos captados e doados em Goiás são: pulmão, coração, rins, fígado, pâncreas e córneas. “Existem outros Estados que fazem a doação de ossos também, mas aqui em Goiás ainda não é possível”, esclareceu Ana Paula.

Pela legislação brasileira, somente um familiar de primeiro grau pode autorizar a doação. “Não existe mais deixar em algum documento escrito, como na carteira de identidade ou registro em cartório. Se você é um doador, converse com sua família, somente eles poderão tomar essa decisão”, esclareceu a enfermeira.

Brenno Sarques, do IBGH

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