Especialista em benzeno elogia programa da SES-GO

A exposição ao benzeno, substância cancerígena presente nos combustíveis, foi discutida nesta terça-feira, 31 de outubro, em Anápolis, durante reunião pública. O objetivo do encontro foi debater essa temática e comentar sobre o Projeto de Vigilância em Saúde do Trabalhador e Saúde Ambiental das Populações Expostas ao Benzeno no Estado de Goiás. O benzeno afeta tanto os trabalhadores dos postos de gasolina quanto os usuários e a população que vive no entorno destes estabelecimentos.

O projeto é desenvolvido pelo Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest) e executado, inicialmente, no município de Anápolis, nos Postos de Revendas de Combustíveis a Varejo. O trabalho busca entender os prejuízos causados pela substância, tanto para os funcionários dos postos, como para o meio ambiente da região próximo ao estabelecimento.

O especialista ambiental Alexandre Jacobina de Brito, ex-coordenador de Vigilância da Saúde do Trabalhador da Bahia e representante do Ministério da Saúde na Comissão Permanente do Benzeno participou da reunião pública como palestrante. Ele colaborou na redação do Anexo 2 da Norma Regulamentadora número 9 (NR9), que incluiu os postos de combustíveis no conjunto de leis que regulamentam as atividades que lidam com o benzeno. A norma foi publicada em 2016.

Segundo Jacobina, o assunto em pauta envolve 500 mil trabalhadores no Brasil, 40 mil postos de combustível e mais de 350 milhões de litros de combustível por dia. Ele explica que programas como o Projeto de Vigilância em Saúde do Trabalhador e Saúde Ambiental das Populações Expostas ao Benzeno no Estado de Goiás são importantes na prevenção de doenças.

De acordo com o especialista, no caso dos trabalhadores em postos de gasolina que convivem com a contaminação e o adoecimento, a melhor forma de se fazer prevenção é o controle coletivo, em que você reduz ou elimina a exposição. “Não é uma máscara, não é um equipamento que você coloca no trabalhador que resolve o problema. São necessários equipamentos que protejam todo o sistema, inclusive o consumidor, que também está exposto”, diz.

Jacobina chama a atenção para a característica dos postos no Brasil, que são verdadeiros pontos comerciais. Tem lanchonete, churrascaria, até mesmo consultório dentário dentro dos postos de combustível. “Programas como o de Goiás são importantes, pois envolvem toda a sociedade – trabalhadores, empresários e Ministério Público”, afirma o especialista baiano.

Governo na palma da mão

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