PEIXES PEÇONHENTOS


O período de férias, é marcado pela temporada de praias. Mas as águas rasas, combinadas a restos de comida acabam atraindo as arraias. Como forma de defesa a invasão de seu habitat, esses animais acabam usando o ferrão nos banhistas. Além das fortes dores, a ferroada pode causar infecções e morte de tecidos.

Existem 3 gêneros de arraias (ou “raias”) de água doce, diferenciadas pelo número de raios peitorais: Plesiotrygon (80), Potamotrygon (95) e Paratrygon (110), com cerca de 20 espécies no total. As mais encontradas nos rios no Brasil são as Potamotrygon.

São animais de água doce e possuem de 1 a 3 ferrões de dentina, localizados na base da cauda, usados na defesa do animal. Ao redor do ferrão, existe um tecido que produz toxinas. Há também a presença de um muco que causa infecções.

Os acidentes geralmente acontecem quando as pessoas pisam no dorso do animal, escondido sob a areia. Por consequência, a arraia introduz o ferrão no pé ou no calcanhar da vítima, escondido sob a areia causando um ferimento dolorido que muitas vezes infecciona provoca necrose no local afetado e dores fortíssimas. É comum o ferrão quebrar dentro da pele. Se o ferimento não for logo tratado, pode desencadear infecções secundárias e tétano.

Ainda que as arraias não sejam agressivas, é comum elas se defenderem dos “pisões” de pescadores, ribeirinhos e banhistas distraídos, chicoteando com sua cauda contra os que as machucam. O sofrimento causado por uma ferroada de arraia é tão intenso que a vítima muda de comportamento, chegando até a bater a cabeça na parede em desespero.

Não é necessário ter contato direto com o ferrão para sentir os efeitos das toxinas. Se você tiver um corte na mão e manipular o animal pode apresentar os mesmos sintomas porque o muco do animal também possui veneno, igualmente ao presente no ferrão.

Foi constatado que o veneno das arraias é mais tóxico do que de arraias de água salgada. Outro aspecto é que quanto menor a arraia, maior a dor do ferimento, porém a causa ainda é pesquisada. Além disso, os pesquisadores investigam se os fatores ambientais também interferem na produção de veneno destes animais.

Em situações onde seja necessário manejar raias, como quando da sua captura em anzóis, redes ou tarrafas, a recomendação é imobilizar a cauda do animal, na altura dos ferrões, antes da sua manipulação. Para isso, pode-se utilizar alicates, pedaços de madeira, caixas de pesca ou objetos similares, tomando-se o cuidado para não ferir o animal. Pisar na cauda da raia, mesmo com botas de borracha ou perneiras, não é recomendado.

 

A recomendação para quem necessita caminhar dentro da água em locais sabidamente habitados por raias, é que se arrastem os pés ou utilize uma vara ou remo para tatear o substrato, já que este método afugenta eventuais raias que estejam no caminho do banhista ou pescador.

A primeira medida após um ataque de arraia deve ser emergir o ferimento em água quente, pois uma das características do veneno de peixes é ser termolábilo calor pode degenerá-lo e diminuir a dor, embora não seja capaz de evitar a necrose. Em seguida, a vítima deve procurar atendimento médico para radiografar a parte afetada e receber medicação com antibióticos. Até o momento, porém, não foi desenvolvido soro para ferroada de arraias. O Centro de Informação Toxícológica presta informações/orientações à população em geral e aos profissionais de saúde, 24 horas gratuitamente através do 0800 646 4350/0800 722 6001.

Em Goiás, há uma preocupação maior entre os meses de abril a setembro, especialmente em julho/agosto na temporada de férias, quando há concentração de pescaria e acampamentos à beira de rios.

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