O segundo dia da 5ª edição do Etos.IA Provocações reuniu especialistas, na tarde deste sábado (30/11), no Shopping Passeio das Águas, para debater sobre tecnologia. A programação, que integra o Fórum Internacional do Marco Regulatório da IA, dentro da Campus Party Goiás 4, contou com o painel intitulado “O Brasil pode evoluir de consumidor a desenvolvedor de tecnologias?”, com mediação do comunicador e educador, Marcelo Tas.

Os painelistas convidados para o debate foram o Secretário-Geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, o Secretário de Ciência e Tecnologia, José Frederico Lyra Netto, ambos do Governo de Goiás, o professor do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Anderson da Silva Soares, e a 1ª Mulher da América Latina formada em Inteligência Artificial pela UFG, Heloisy P. Rodrigues.

“É muito importante discutirmos, cada vez mais, sobre a tecnologia, porque ela avança numa velocidade que a sociedade precisa acompanhar, participar, saber o que fazer com ela”, destacou Marcelo Tas ao falar sobre a relevância da temática dentro da Campus Party.

Ao contextualizar sobre o panorama do cenário tecnológico em nosso país, o titular da Secretaria-Geral de Governo (SGG), Adriano da Rocha Lima, destacou novamente sobre a importância de um marco regulatório específico para o Brasil.

“Apesar da globalização no mundo digital, é errado achar que a solução ou a nossa participação dentro da inteligência artificial (IA) seja igual a outros países. Não adianta fazer uma tradução do que foi discutido na Europa, por exemplo, como se aquilo fosse aplicável como regra brasileira. Se avançarmos dessa forma, o protagonismo do Brasil na IA será inviabilizado”, salientou Adriano.

Ao ser questionado pelo mediador sobre as dificuldades e oportunidades referentes à infraestrutura tecnológica e avanço brasileiro na inteligência artificial, Adriano da Rocha Lima ressaltou que existem muitos talentos e dados para operacionalizar, mas o que falta é a capacidade computacional de processamento no país.

“Não basta apenas ter servidor, é preciso ter energia disponível para alimentar a IA. E no Brasil, por meio da nossa matriz energética limpa e a disponibilidade de biogás e biometano, nós temos a oportunidade de exportar energia, trazendo o processamento de IA para o nosso país e usando a energia limpa gerada aqui” destacou o secretário.

José Frederico salientou sobre a oportunidade que a Campus Party proporciona na discussão da IA junto com a população.

“A discussão da IA, a tomada de decisões e a definição de regras deve ser feita junto com a população. E a função da Campus Party é justamente popularizar a tecnologia, expandir a discussão para além do governo e especialistas” destacou.

O Secretário de ciência e tecnologia também enfatizou os investimentos do estado como o apoio ao CEIA/UFG e uma série de iniciativas que vão desde laboratórios para crianças, Escolas do Futuro e inclusão digital para idosos, que estão tornando Goiás em uma referência nacional em tecnologia e inovação.

Durante o encontro, tópicos como investimentos em pesquisa e desenvolvimento, o papel das startups e os obstáculos do país, como a falta de incentivos à inovação, gargalos educacionais e a pouca integração entre academia, governo e setor privado, também foram abordados.

Anderson da Silva e Heloisy Rodrigues pontuaram que entre os principais desafios para se produzir tecnologia no país destaca-se o investimento em pesquisa e inovação, mas que em Goiás o cenário é diferente.

“O nosso estado é referência e tem apoiado muitas iniciativas. Eu recebo esse apoio no meu dia a dia. Eu acabei de sair da graduação e empreendo no instituto de informática, dentro da UFG, e tenho recebido apoio do Governo de Goiás na nossa startup e vejo que Goiás é um estado que fomenta a inovação”, pontuou Heloisy.

O professor Anderson destacou a importância da parceria entre Governo de Goiás e a UFG para o avanço do estado.

“Nos últimos anos, além da criação do primeiro bacharelado de IA do Brasil, criamos também o maior e melhor centro de pesquisa e inovação, que é o Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA).E hoje o CEIA apoia mais de 60 empresas e conta com mais de 700 pesquisadores contratados”, salientou.

Etos.IA Provocações

A 5ª edição do Etos.IA Provocações foi promovida pelo Governo de Goiás, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG). O evenotu contou com o apoio institucional da Unesco Brasil e do Grupo Jaime Câmara, além do patrocínio da Saneago. Nesta edição, o Etos.IA Provocações integrou a programação da Campus Party Goiás 4, um dos maiores encontros de tecnologia e inovação do Brasil.