Governador do DF conhece modelo de OS na Saúde


O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, vai levar o modelo goiano de gestão da saúde pública pelas Organizações Sociais (OS) para ser discutido e implementado em Brasília (DF). O anúncio foi feito na manhã desta sexta-feira, daí 4, durante visita às instalações do Hospital de Urgências Otávio Lage de Siqueira (Hugol), na companhia do governador Marconi Perillo e auxiliares do governo goiano. “É um modelo inteligente e eficiente de gerir a Saúde. Vamos levá-lo para ser discutido em Brasília”, afirmou Rollemberg, acompanhado por uma comitiva de quatro deputados e dois secretários.

A equipe do DF é a 13ª a visitar as instalações dos hospitais goianos geridos por OSs apenas neste ano. Os governadores do Maranhão, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Sergipe, entre outros, estiveram nas principais unidades de saúde e já formulam projetos baseados no modelo de Goiás. “Saúde tem jeito. Basta que tenhamos coragem de quebrar paradigmas e mudar conceitos, especialmente na gestão. É preciso ter uma boa equipe, mas é preciso também ter a decisão política de fazer a mudança”, afirmou Marconi.

Rollemberg disse ter ficado impressionado “com a qualidade do serviço”. Marconi explicou, no entanto, que a situação de hoje é muito diferente da registrada em 2011. “A situação antes era tão grave que chegamos a pensar em fechar cinco hospitais no Estado. Fizemos uma força-tarefa na Saúde.  Foram mais de 50 reuniões. Ou a gente mudava o modelo ou fechávamos. Sem insumos e sem medicamentos não dava para continuar. Pedi a procuradores que me apresentassem um cronograma de implantação da OS. Em três meses chamamos a primeira. A partir daí a situação começou a mudar”, disse.

Marconi ressaltou que os resultados positivos desse projeto estão sendo muito satisfatórios e extensivos a todas as unidades de Saúde de grande e médio porte do Estado. “Estamos no hospital mais novo. Mas poderíamos fazer um sorteio entre as 17 unidades do Estado para levá-los a qualquer um deles. A única exceção é o Hospital de Medicina Alternativa, que estamos chamando a OS agora. Todos os outros são administrados por Organização Social e há um atendimento satisfatório do cidadão. Estamos praticando a saúde humanizada em Goiás”, destacou.

Ele ressaltou que quatro hospitais goianos têm o título da Organização Nacional de Acreditação (ONA), entidade não governamental responsável pela avaliação das unidades de saúde pública. O Crer e o HGG são considerado ONA 2, um nível mais elevado. HDT e Hurso são ONA 1. “Vamos ter em Goiás uma rede de 10 hospitais de urgência. Vamos concluir até o final deste mandato mais quatro, sendo três no Entorno no DF. Isso vai transformar Goiás numa referencia na área da Saúde. Esse modelo é o que deu certo aqui, em Pernambuco, na Bahia, São Paulo, Minas Gerais. Aqui quebramos o paradigma dos velhos. Os novos são mais fáceis”, disse.

Em Brasília, o modelo de OS é aplicado apenas em parte do atendimento do Hospital da Criança, gerenciado pela Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer (Abrace). A ideia do governador Rolemberg, segundo sua assessoria, é expandir o projeto, como forma de requalificar o serviço. O DF passa por problemas na área de Saúde. O Fundo de Saúde do DF estima um rombo superior a R$ 400 milhões/ano. O valor se refere a gastos com manutenção, medicamentos e insumos.

OSs
O secretário de Saúde, Leonardo Vilela, destacou à equipe do DF avanços no funcionamento, atendimento, aplicação e racionalização de recursos por meio desse modelo em Goiás. “Não temos mais notícias na mídia de falta de atendimento, falta de leito e de UTI. A OS, na verdade, é administrada pelo governo, que deve impor suas diretrizes, realizar a fiscalização e controle. Temos expertise com o Crer desde 2002. Mudamos o cenário da Saúde pública em Goiás de forma satisfatória”, disse.

O procurador-geral de Justiça, Lauro Machado, destacou que, no início da implantação das OSs na Saúde, o Ministério Público estadual (MP-GO) exerceu seu papel fiscalizador e fez questionamentos. “Hoje devemos reconhecer que é um exemplo de sucesso. Não vemos mais corredores lotados, não há mais ocorrência, praticamente, dentro do MP dos hospitais gerenciados por OS. Este é um mérito de eficiência da aplicação de recursos públicos”, afirmou.

O Hugol é a mais nova unidade administrada por OS no Estado. Em menos de seis meses de funcionamento, já foram realizados mais de 17 mil atendimentos, 3 mil internações, 4.783 cirurgias e 127 mil exames. Os dados foram apresentados pelo diretor-geral da unidade, Hélio Ponciano: “Isso porque ainda não estamos em nossa plenitude. Estes números podem ser ainda maiores. Sabemos que 55% dos pacientes são de Goiânia. E que, destes, 90% são oriundos da própria região Noroeste. Estamos destacando no atendimento de queimaduras, entre outras especialidades médicas.

Fonte: Goiás Agora

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