Seds amplia convênio com a PUC para atendimento psicológico a vítimas de LGBTfobia
Superintendência dos Direitos Humanos firmou parceria para capacitação e replicação de metodologia em unidades do Cras e Creas em todo o Estado, e tornar Goiás referência no amparo ao público LGBTQIA+
O Centro de Referência Estadual da Igualdade (Crei), da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) do Governo de Goiás, passará a atender pessoas vítimas de violência física e psicológica do público LGBTQIA+. A ação é resultado de convênio da Superintendência dos Direitos Humanos com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).
“Esse projeto, apresentado pelo superintendente João Bosco Rosa, incrementa as políticas públicas promovidas pelo Governo de Goiás, por meio do Crei, para prestar orientação, acolhimento e acompanhamento psicológico, social e jurídico às pessoas em situação de violência de gênero, racismo, combate a homofobia e tráfico de pessoas, por meio de atendimentos de equipe multidisciplinar”, observa a secretária da Seds, Lúcia Vânia.
O superintendente dos Direitos Humanos, João Bosco, explica que, em paralelo ao convênio com a PUC, que consiste em acompanhamento e assessoria técnica, a perspectiva é a criação de parâmetros metodológicos para o atendimento ao público LGBTQIA+. Segundo ele, no contexto do atendimento às vítimas de violência, não cabe ao Estado executar o processo, mas promover a qualificação das equipes e dos atendimentos e serviços.
“O Estado não promove essas políticas, ele apenas monitora. Mas decidimos aproveitar a estrutura e a equipe que temos no Crei para realizar esse trabalho, que será pontual, não permanente. A ideia é que ele seja replicado em todo o Estado. A proposta é que Goiás se torne referência no atendimento ao público LGBTQIA+”, explica João Bosco.
Inicialmente, o atendimento psicológico será feito pela psicóloga da equipe dos Direitos Humanos, com supervisão de professores da PUC-GO e ajuda dos estagiários. Depois, será feita uma qualificação da equipe do Crei, com assistentes sociais, psicólogos e a parte jurídica, com foco no público LGBTQIA+, que necessita de um atendimento diferente do que hoje é realizado às vítimas de violência doméstica ou de racismo, por exemplo.
Segundo o gerente da Diversidade Sexual, Rogério Araújo, hoje, em Goiânia, não há local que faça atendimento exclusivo para esse público. A principal dificuldade de identificar as vítimas e ter acesso a elas é, segundo ele, que, geralmente, membros desses grupos não procuram os postos de atendimento, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e o Centro de Referência de Assistência Social (Cras). “A maioria desconhece os serviços da rede socioassistencial, que é um direito deles. Além do mais, as próprias equipes dos Creas e Cras não se sentem preparadas para receber esse público. Por isso, receberão essa orientação dos profissionais da PUC, à medida em que surgirem demandas para esse tipo de atendimento", diz Rogério.
O processo de formalização do novo convênio com a PUC-GO já está em andamento. Toda a documentação e o plano de trabalho estão sob análise e, assim que for formalizado, será dado início aos atendimentos.
Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) – Governo de Goiás