Saúde relembra os 32 anos do acidente com Césio 137

Em alusão ao 13 de setembro de 1987, quando uma sucessão de eventos desencadeou o acidente, serão realizados culto ecumênico e abraço em torno da Praça do Avião 

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), por meio do Centro de Assistência aos Radioacidentados (CARa), realiza às 9h desta sexta-feira, 13, culto ecumênico em memória aos 32 anos do acidente com o césio 137, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, no setor Aeroporto. Às 10h haverá um abraço coletivo em torno da Praça do Avião, como parte do evento, que conta com o apoio da Associação de Moradores do Setor Aeroporto (Amsa).

“Será um momento de reflexão sobre esse acidente que, por falta de informação sobre a radioatividade, marcou nossa cidade e nos deixou muitas lições que não podem ser esquecidas”, destacou a coordenadora técnica do CARa, Martha Almeida.

O CARa é atualmente uma unidade integrante da estrutura da Superintendência de Políticas sobre Drogas e Condições Sociais Vulneráveis da SES-GO que foi criada em 2011 para assumir as competências da extinta a Superintendência Leide das Neves Ferreira (Funleide), monitorando e atuando na promoção da saúde, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de doenças dos radioacidentados.

“O centro gerencia, coordena e produz informações científicas, resguarda a memória histórica do acidente, além de manter intercâmbio com instituições afins. É referência no monitoramento epidemiológico, informação e estudos sobre exposição à radiação ionizante”, esclarece Martha.

O acidente

No dia 13 de setembro de 1987, dois homens manipularam a cápsula de césio, sem o conhecimento de que se tratava de uma fonte radioativa, e espalharam o material entre parentes, vizinhos e amigos. Cerca de 15 dias depois, técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) identificaram o início da contaminação radioativa em Goiânia e propusessem um plano de emergência.

Depois de reconhecido o acidente, a CNEN montou, no Estádio Olímpico, localizado no setor Central, em Goiânia, um posto de atendimento. Cerca de 112 mil indivíduos foram monitorados. Desses, 249 apresentaram algum tipo de contaminação.

Radioacidentados

Um grupo de 129 indivíduos, de ambos os sexos e idades variando de recém-nascidos a idosos, incluindo gestantes, apresentou maiores doses de contaminação, estimadas entre 0,1 e 7 Gy (gray), que resultaram em lesões graves e hospitalizações. Tendo em vista a gravidade e os possíveis efeitos em longo prazo da radiação, tornou-se essencial a atenção à saúde desses indivíduos expostos.

Os radioacidentados de Goiânia, de acordo com os protocolos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), têm a saúde assistida no CARa., segundo a forma de contato (contaminação ou irradiação), direta ou indireta e dose de exposição da época. Por esse motivo, estão dispostos nos grupos 1 e 2 — e seus descendentes — e o grupo 3.  Atualmente são assistidos cerca de 1,3 mil indivíduos na unidade da SES-GO. 

Patrícia Almeida, da Comunicação Social

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