Saúde destaca importância do uso de protetor solar

Dados do INCA indicam que em 2018 surgiram 165 mil casos novos de câncer de pele. Em Goiás, o câncer atingiu 3.060 mulheres e 2.240 homens

Nesta época do ano o sol brilha forte das 6h30 às 18h. Embora seja inverno não há grande diferença na incidência de raios ultravioletas em relação às outras épocas do ano devido a posição geográfica e o período de estiagem no Planalto Central. E como as pessoas ficam mais expostas ao ar livre devido as férias, é preciso redobrar os cuidados com a pele. O protetor solar se torna um item indispensável para pessoas de todas as faixas etárias.

O dermatologista Jules Rimet Borges, do Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação Santa Marta (HDS), unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), afirma que o uso diário do filtro solar evita queimaduras após exposição aguda ao sol, como é o caso de quem está nas praias dos rios Araguaia e Tocantins. “O benefício principal é o de evitar danos futuros à pele, como câncer de pele, até sinais de envelhecimento cutâneo, como manchas, rugas e flacidez”, explica.

Em um país tropical como o Brasil, o sol consiste no principal agente causador do tumor maligno de pele. Este tipo de câncer é o mais frequente no país e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que em 2018 surgiram 165 mil casos novos deste tipo de doença em todo o país (3.060 em mulheres e 2.240 em homens que vivem em Goiás).

A médica Priscila Mara Chaves e Silva, dermatologista do Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT), explica que o uso regular do filtro solar é uma medida fundamental para a prevenção do câncer de pele. Ela ensina: o produto deve ser aplicado diariamente e reaplicado a cada 3 horas tanto no rosto quanto nas áreas corporais que ficam expostas ao sol.

A professora aposentada Vera Lúcia Aguiar, de 60 anos, usa diariamente filtro solar nas partes expostas ao sol, esteja na cidade, na praia ou no campo. A primeira aplicação ocorre pela manhã, logo após o banho. Ela reaplica algumas vezes ao dia quando é necessário. “Nas férias, quando vou para praia ou clubes, uso óculos escuros, chapéu e procuro ficar em locais com mais sombra. Na cidade, se o sol estiver muito forte também uso sombrinha”, conta. A precaução de Vera tem razão de ser: de pele clara, ela já teve uma mancha maligna no canto externo do nariz, próximo ao olho esquerdo. Tratou, se curou e o protetor solar faz parte da rotina diária.

Regina Célia Cardoso também se previne e é rigorosa nos cuidados. Aplica o filtro no rosto e nos braços diariamente. Quando sai de casa, usa roupas de manga comprida; principalmente quando dirige. Na praia, o chapéu é um acessório indispensável. “Acho que quem mora no Centro-Oeste deveria incluir este item no vestuário em função do sol forte”, diz.

O produto ideal

A dermatologista Priscila Mara Chaves e Silva orienta que a escolha do filtro solar deve começar pela seleção do fator de proteção solar (FPS) que indica o quanto o produto é efetivo na proteção da pele contra os raios UVB, associada ao câncer de pele. Atualmente as embalagens especificam também o PPD (Persistent Pigment Darkening) para quantificar a proteção oferecida por um protetor contra a radiação solar UVA, responsável pelo fotoenvelhecimento cutâneo e surgimento das manchas. Este valor deve ser de 1/3 do valor do FPS. “Pessoas com a pele morena devem usar no mínimo FPS 15, embora o mais recomendado de forma geral seja acima do FPS 30. As de pele muito clara recomendo fatores de proteção mais alto, como o FPS 60. O mesmo conselho vale para quem vai ficar muito tempo exposto ao sol, como os turistas do Araguaia. E principalmente para pessoas com alguma doença que piora com os raios solares ou tiveram câncer de pele”, diz a dermatologista do HDT.

O médico Jules Borges, do HDS, explica que o protetor solar não é recomendado para bebês de até 6 meses de idade, pois existe o risco de absorção dos componentes do produto por meio da pele. Nesta idade, recomenda-se proteção com roupas e chapéus e evitar exposição solar entre 10h e 16h. “Crianças têm mais risco de desenvolver irritação pelas substâncias químicas componentes do protetor solar. Por isso, os pequenos devem usar protetor solar infantil, chamados de protetores físicos, a fim de evitar dermatite de contato”, diz o médico.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a quantidade de protetor solar indicada para cada parte do corpo é: uma colher de chá do produto no rosto, no pescoço e na cabeça; uma colher de chá para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás. “Essa é a recomendação quando há exposição solar recreativa, quando ficamos com uma maior parte do corpo exposta. É uma dica importante para quem está indo para os rios goianos nesta época do ano”, afirma Jules Borges.

Maria Vitória, da Comunicação Setorial

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