Palestrante da II Jornada Científica do Hugol alertou sobre guerra invisível

A doutora conduziu a palestra sobre “Sepse: melhores práticas no âmbito da Urgência em tempos de Stewardship” e alertou que, “nos próximos 10 a 15 anos, nós não vamos ter grandes opções. O que podemos ter são alguns medicamentos para bactérias multirresistentes, mas por que chegar a ter antibióticos para bactérias multirresistentes e não deixar de ter bactérias multirresistentes?”.

A profissional complementou destacando a importância da higienização das mãos e o conceito de stewardship, “que é o gerenciamento do uso racional de antimicrobianos, mas não de uma forma geral/restritiva, e sim com o uso empírico e depois baseado em culturas microbiológicas para que você possa indicar dose, tempo de uso, se via oral ou via venosa, e, principalmente, a indicação certa”.

De acordo com Sylvia, “hoje ainda se usa antibióticos por pressão – as pessoas querem usar antibióticos para um resfriado, quando não deveriam. Existem estudos mostrando que 20% das pessoas usam antibióticos por causa de uma dor de cabeça. Existe um outro alerta: nós temos nos alimentado de antibióticos, devido a alguns animais que usam antibióticos para ter uma melhor finalização para as vendas, ficarem mais fortes, maiores e ‘saudáveis’ e, em alguns casos, os antibióticos também estão presentes na água. Então, estamos resistentes a antibióticos que nós nunca tomamos, mas estamos ingerindo”.

A professora também foi debatedora na mesa-redonda “Qualidade e Segurança do paciente: conceitos indissociáveis”, sobre a qual explicou que, para o hospital ter “o uso racional de antimicrobianos, a higienização das mãos antes e após procedimento, antes e após calçar luva, tem que ter a cultura da segurança do paciente, tem que ter a cultura da qualidade; e qualidade é uma percepção, é um diferencial. Você só vai perceber qualidade se você tiver olhos treinados para qualidade, e para isso você vai precisar primeiro querer entender qualidade, você vai precisar querer ser qualidade para exigir qualidade. E uma cultura leva tempo, precisa de treinamento e precisa que cada um de nós queira realmente ter a cultura da segurança do paciente, pela qual nós todos somos responsáveis”.

Por fim, a palestrante avaliou que “os temas escolhidos para a jornada foram muito pertinentes e atuais e contribuirão bastante para que esse hospital cresça com a maturidade da qualidade, sendo um diferencial na saúde do Estado”.

A II Jornada Científica do Hugol contou com a participação de 210 profissionais e estudantes da saúde e áreas correlatas nos dias 07 e 08 de julho.

A médica infectologista e professora da Universidade Federal de Pernambuco, Dra. Sylvia Lemos Hinrichsen, palestrante e debatedora da II Jornada Científica do Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira – Hugol, relatou que “estamos hoje vivenciando uma guerra invisível, com microrganismos, principalmente as bactérias, que estão ficando resistentes aos antibióticos”.

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