Hanseníase – uma doença que tem cura

No último domingo do mês de janeiro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, data instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença infecciosa e contagiosa popularmente conhecida como lepra é causada por um bacilo denominado Mycobacterium leprae, e atinge pessoas de todas as faixas etárias. A hanseníase não é hereditária e sua evolução depende de características do sistema imunológico da pessoa que foi infectada.

No Brasil, o tratamento é gratuito e feito na rede básica de Saúde. Apesar do Hospital de Doenças Tropicais dr. Anuar Auad (HDT/HAA) não dispensar o medicamento, o hospital realiza o diagnóstico bem como o acompanhamento dos efeitos colaterais e reações ao medicamento, próprios da doença. De acordo com a médica dermatologista da unidade, Beatriz Justino, a transmissão da patologia ocorre por meio do contato direto com doentes sem tratamento, pois estes eliminam os bacilos através do aparelho respiratório superior em meio às secreções nasais e gotículas da fala, tosse e espirro. Ela destaca que essa transmissão não é tão fácil, “é necessário contato íntimo e prolongado”, diz.

Os principais sinais e sintomas ocorrem na pele e nervos: sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e ao toque; áreas da pele que apresentem alteração da sensibilidade e da secreção de suor; caroços e placas em qualquer região do corpo e diminuição da força muscular.

O paciente G.A.C., de 57 anos, descobriu que estava com hanseníase em 2005, quando apareceram manchas na pele. “Na época, fiz exames e a doença foi diagnosticada. Fiz tratamento, fiquei bom e não cuidei mais”, disse. G.A.C. passou quatro anos sem ir ao médico, e só voltou a se cuidar em 2010. Como está morando no interior, vem todo mês ao HDT/HAA para fazer o acompanhamento. ”Agora que estou fazendo o tratamento direito sinto que estou melhorando”, avalia o paciente.

Segundo Beatriz Justino, a hanseníase é estigmatizada porque, no passado, era diagnosticada muito tarde, causando deformações e mutilações nas pessoas. A médica afirma que a doença é curável, mas se não tratada pode levar a incapacidades. A dermatologista acena que hoje o tratamento é oferecido gratuitamente em todo o mundo, e há várias campanhas para o controle da doença. Ainda segundo ela, a doença foi erradicada em vários países.

Apesar de não haver uma forma de prevenção especifica para a haseníase, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como exame precoce dos contatos intradomiciliares; técnicas de prevenção de incapacidades; e uso da vacina BCG e, principalmente, o diagnostico precoce e o tratamento correto.

Números em Goiás:

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES/GO), no ano de 2014 havia 2.746 casos de hanseníase em registro ativo, em Goiás. Destes, 84% foram curados e 3% abandonaram o tratamento. Até novembro de 2015 surgiram 1288 novos casos de hanseníase, gerando um total de 2595 casos de registro ativo da doença.

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