Governo alavanca Goiás contra o Aedes
Uma das medidas do Governo é ato que permite vigilância sanitária entrar em imóveis fechados ou nos quais são negados acessos para eliminação de criadouros
Na primeira reunião de avaliação da força-tarefa “Goiás contra o Aedes” realizada nessa quinta-feira, 28 de janeiro, o governador Marconi Perillo assinou ordem de serviço que determina à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás providências necessárias para erradicar o mosquito em território goiano. A medida objetiva, principalmente, respaldar os municípios do Estado que possuem decreto autorizando policiais militares, bombeiros e agentes de vigilância sanitária a acessarem imóveis fechados ou cujos proprietários se recusem a permitir a entrada de agentes para vistoria. O Estado tem em torno de um mil fiscais de vigilância de saúde, incluindo os dos municípios.
A grande quantidade de imóveis fechados e também aqueles cujos moradores recusam as visitas das equipes – cerca de 24% – são dois desafios para a erradicação do Aedes em Goiás. “Precisamos desse respaldo legal, pois o inseto tem um raio de atuação de cerca de cento e cinquenta metros e, portanto, basta um foco para comprometer o trabalho realizado em toda uma quadra”, explica o secretário de Estado da Saúde Leonardo Vilela.
Desde que foi lançado, em dezembro do ano passado, o Goiás contra o Aedes ganhou visibilidade nacional. O ministro da Saúde Marcelo Castro disse que o modelo implementado em Goiás, que monitora de forma on-line o trabalho dos agentes de saúde no Estado, é referência para o Brasil e poderá ser estendido para outros Estados. Técnicos do MS e da Sala Nacional de Coordenação e Controle para o Enfrentamento da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus vieram conhecer esse monitoramento que funciona no Conecta SUS, na sede administrativa da SES, em Goiânia (GO). “Estamos fazendo um trabalho com medidas concretas e o País já tem percebido isso”, destacou o governador Perillo.
Entorno do DF
No Entorno do Distrito Federal, em que Goiás tem cidades dentre as mais populosas do Estado, e com percentual de 40% de imóveis fechados, a preocupação com as doenças transmitidas pelo Aedes é compartilhada pelo governo do DF. O governador Rodrigo Rollemberg contatou o secretário de Estado da Saúde de Goiás Leonardo Vilela para saber detalhes da estratégia goiana para eliminar o Aedes. Para alcançar esse objetivo, governos de Goiás e Distrito Federal estreitam relação, e pretendem realizar operação conjunta de vistoria em imóveis do entorno do DF.
Na avaliação do primeiro ciclo do Goiás contra o Aedes estiveram presentes o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, General Adriano Pereira Júnior, e o assessor especial que representou o ministro da Saúde, Rodrigo Frutuoso. O assessor de gabinete do MS Sérgio Gustavo Evangelista esteve, no dia anterior, em Goiás, para conhecer o Conecta SUS, que gerencia toda a operação.
Patrulha do desenvolvimento
O Governo anunciou ainda que serão disponibilizadas máquinas pesadas para o combate ao Aedes. Serão 60 caminhões, 12 motoniveladoras, 12 escavadeiras hidráulicas, 12 pás carregadeiras, 12 carros e quatro caminhões prancha, por meio da Frente de Apoio ao Desenvolvimento Municipal/ Patrulha do Desenvolvimento.
O trabalho que será levado para todos os 246 municípios goianos começa no dia 1º de fevereiro em 12 cidades: Acreúna, Alvorada do Norte, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Campos Belos, Itumbiara, Itapuranga, Palmeiras, Piranhas, Minaçu, Santo Antônio do Descoberto e Silvânia. Os grupos executarão trabalhos de limpeza em áreas urbanas, removendo entulhos e possíveis criadouros do mosquito. A patrulha permanece por uma semana em cada município, e posteriormente, será estendida para todas as outras cidades goianas.
Números de vistorias são monitorados em tempo real
Até esta sexta-feira, dia 29 de janeiro, foram visitados 928.338 mil imóveis. Destes, 224.042 estavam fechados e 1.763 visitas foram recusadas pelos moradores. Entre os imóveis fechados e visitas recusadas, as equipes retornaram e conseguiram realizar o trabalho em 4.047 residências. Foram encontrados focos em 27.907 imóveis. “Esse sistema de gerenciamento permite ao gestor da pasta acompanhar de forma on-line e intervir, quando necessário”, destaca Leonardo Vilela.