Dia Mundial da Hipertensão traz alerta para cuidados com a saúde

Monitoramento de fatores de risco mostra que 22,6% da população em Goiás tem ‘pressão alta’, doença que, sem tratamento, pode causar AVC e doenças do coração

Aferir a pressão com regularidade é uma das medidas preventivas ou de controle da hipertensão

O Dia Mundial da Hipertensão, comemorado em 17 de maio, traz para a população a reflexão sobre a importância dos cuidados permanentes com a saúde. Segundo o Ministério da Saúde, a hipertensão arterial, ou pressão alta, é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias e faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer a distribuição do sangue no corpo. 

A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC), enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. Em abril deste ano, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES/GO) divulgou uma pesquisa que aponta 22,6% da população adulta goiana com hipertensão. O número é um pouco inferior à média nacional, de 26,3%. A pesquisa, que já era realizada nacionalmente, foi feita nas cinco macrorregiões do Estado, para levantar os dados locais. 

O primeiro inquérito de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por Inquérito Telefônico (Vigitel) apontou ainda que 57,3% da população no Estado está acima do peso, e 24,1% consomem bebidas alcoólicas. Outro dado que preocupa é que 13,1% dos goianos são fumantes.

A gerente de Vigilância Epidemiológica de Agravos Não Transmissíveis e Promoção à Saúde da SES/GO, Magna de Carvalho, explica que o monitoramento em Goiás vai subsidiar o aprimoramento das ações nos municípios. “Compreender o panorama regionalizado dos fatores de risco permite que os atores envolvidos na assistência em saúde aprimorem políticas e projetos que vão melhorar a qualidade de vida à população” ressalta Magna.

Vários fatores influenciam na piora do quadro hipertensivo, como fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol e falta de atividade física. Na contramão desses fatores, o que pode ajudar a controlar a hipertensão é o acompanhamento médico e, justamente, a adoção de hábitos mais saudáveis, como a alimentação adequada, redução do consumo de sal, prática de atividade física, abandono do fumo, redução do consumo de álcool, evitar alimentos gordurosos e controle do diabetes.

Iniciativa Hearts
Outra ação desenvolvida pela SES-GO foi a adesão à Iniciativa Hearts nas Américas, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), agência da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse trabalho, a SES-GO conta com apoio do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Goiás (Cosems-GO) e comunidade científica, como a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e Universidade Federal de Goiás (UFG).

O projeto busca se integrar, de forma contínua e progressiva, aos serviços de saúde já existentes para promover a adoção das melhores práticas globais na prevenção e controle de doenças cardiovasculares e melhorar o desempenho dos serviços por meio de um melhor controle da hipertensão e da promoção de prevenção secundária com ênfase na atenção primária à saúde. 

A Hearts está sendo implementada e expandida em 26 países, para incluir 2.117 centros de saúde que implementam a iniciativa – juntos, esses países cobrem aproximadamente 20 milhões de adultos em suas respectivas áreas de abrangência. Em Goiás, o trabalho terá início em um município de cada uma das 18 regionais de saúde do Estado.

Prevenção ao AVC
Em março deste ano, foi aprovada na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás a Lei nº 21.816, que institui a Política Estadual de Prevenção ao Acidente Vascular Cerebral. A lei tem como objetivo viabilizar ações educativas sobre o AVC, realizar campanhas de prevenção sobre os diferentes tipos da doença e promover orientação técnica para pessoas suscetíveis a risco.

O Estado oferece atendimento de referência para a doença no Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), que há um ano implantou o projeto Angels, para reforçar o tratamento da fase aguda do AVC. No projeto, a unidade desenvolveu um protocolo para acionar mais rapidamente as equipes que atendem os pacientes, e alcançou um tempo médio de dez minutos, abaixo da média nacional, de 25 minutos.

Riva Kran/Comunicação Setorial

Foto: Freepik

 

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