Evento na unidade do Governo de Goiás foca importância do autocuidado e de olhar para o próximo, em especial os familiares de pessoas que cometeram suicídio, passível de ser evitado em 90%, segundo a OMS

O Núcleo Psicossocial do Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol) promoveu, na semana passada, uma palestra focada nos comportamentos de risco para o suicídio. O evento, conduzido pela psicóloga e supervisora psicossocial da unidade, Hevelim Oliveira Rótulo, ressalta a importância do autocuidado e de olhar para o próximo, em especial os familiares de pessoas que cometeram suicídio.

“Quando uma pessoa passa pela dor de perder alguém que cometeu autoextermínio (suicídio), ela se torna mais vulnerável, pois essa é uma dor incalculável e que não conseguimos mensurar. Por isso, além da prevenção, também precisamos falar sobre a posvencão – que é aquele cuidado direcionado aos indivíduos que ficaram e que terão que conviver com a dor da perda de um familiar”, reforça Hevelim.

No decorrer do evento, foram realizadas dinâmicas entre os participantes, para estimulá-los a olharem para quem estava ao lado e demonstrar apoio por meio de frases positivas. “Não sabemos o que o outro está sentindo, mas podemos acolher, demonstrar amor, respeitar a dor do outro, evitando qualquer tipo de preconceito ou atitudes que tentem minimizar a dor do outro. Ter o apoio da família, dos amigos e de pessoas próximas nos momentos de dor ajuda o indivíduo para que ele entenda que não está sozinho”, afirma a psicóloga.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados. Por outro lado, o número de suicídios no Brasil cresceu 11,8% em comparação com o ano de 2021, segundo levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Para Antônio Jorge de Almeida Maciel, diretor-executivo do Ceap-Sol, a promoção do conhecimento sobre o suicídio tem grande importância para a unidade de saúde. “Lidamos diariamente com vidas, as nossas, dos nossos pacientes, familiares e amigos, logo, entendermos sobre as formas de prevenção ao suicídio é primordial para o nosso bem-estar e para ajudarmos as pessoas do nosso convívio”.

A palestra abordou ainda a história do Setembro Amarelo no mundo e como a campanha se fortaleceu no Brasil nos últimos anos. Também foi feita uma apresentação musical, com músicas inspiradoras.
 
Aline Santos (texto e foto) / ISG