Acidentes por Animais Peçonhentos – Serpentes
Causa: O envenenamento ocorre quando a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas, o que significa que nem toda picada leva a envenenamento. Há muitas espécies de serpentes que não possuem presas ou, quando presentes, estão localizadas na porção posterior da boca, o que dificulta a injeção de veneno ou toxina. No Brasil, as serpentes peçonhentas são representadas por quatro gêneros:Bothrops – jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, combóia; Crotalus – cascavel; Lachesis – surucucu-pico-de-jaca; e Micrurus – coral verdadeira.
Prevenção: Não andar descalço. Usar luvas de couro nas atividades rurais e de jardinagem, nunca colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Quando entrar em matas de ramagens baixas, ou em pomar com muitas árvores, parar no limite de transição de luminosidade e esperar a vista se adaptar aos lugares menos iluminados. Não depositar ou acumular material inútil junto à habitação rural, como lixo, entulhos e materiais de construção. Controlar o número de roedores existentes na área para evitar a aproximação de serpentes venenosas que deles se alimentam. No amanhecer e no entardecer, nos sítios ou nas fazendas, chácaras ou acampamentos, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins pois é nesse momento que as serpentes estão em maior atividade. Proteger os predadores naturais de serpentes como as emas, as siriemas, os gaviões, os gambás e cangambás, e manter animais domésticos como galinhas e gansos próximos às habitações que, em geral, afastam as serpentes.
Sintomas: No acidente por jararaca, a região da picada apresenta dor e inchaço, às vezes com manchas arroxeadas e sangramento pelos pontos da picada, além de sangramentos em gengivas, pele e urina. Pode haver complicações como infecção e necrose na região da picada e insuficiência renal. Quadro semelhante ao acidente por jararaca, a picada pela surucucu-pico-de-jaca pode ainda causar vômitos, diarreia e queda da pressão arterial. Na picada por cascavel, o local da picada não apresenta lesão evidente, apenas uma sensação de formigamento; dificuldade de manter os olhos abertos, com aspecto sonolento, visão turva ou dupla são as manifestações características, acompanhadas por dores musculares generalizadas e urina escura. O acidente por coral verdadeira não provoca no local da picada alteração importante; as manifestações do envenenamento caracterizam-se por visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento.
Tratamento: Lavar o local da picada de preferência com água e sabão; manter a vítima em repouso; não fazer torniquete ou garrote, não furar, não cortar, não queimar, não espremer, não fazer sucção no local da ferida e nem aplicar folhas, pó de café ou terra sobre ela para não provocar infecção; não ingerir pinga, querosene, ou fumo; levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento em tempo.Os soros antiofídicos são o único tratamento eficaz e, quando indicados, devem ser administrados em ambiente hospitalar e sob supervisão médica. Não se recomenda o uso de soros fora do hospital pois a aplicação deve ser feita na veia e, sendo ele produzido a partir do sangue do cavalo, ao ser injetado no organismo humano, pode provocar reações alérgicas que precisam ser tratadas imediatamente. Além disso, é preciso conhecer os efeitos clínicos dos venenos para se indicar o tipo correto e a quantidade de soro adequada para a gravidade.
Links para Pesquisa (Artigo):
Perfil epidemiológico de acidentes ofídicos do Estado do Amapá
Perfil dos acidentes ofídicos no norte do Estado de Minas Gerais, Brasil
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