Começam as aulas do curso de atenção ao pré-natal de baixo risco na Esap

Marlene Arvelos

O Curso de Atenção ao Pré-natal de Baixo Risco iniciado nesta quarta-feira, 5 de outubro, na Escola Estadual de Saúde Pública Cândido Santiago é um passo importante para a redução da mortalidade materno infantil em Goiás. Na modalidade semipresencial o curso vai capacitar 1.500 médicos e enfermeiros do Programa Saúde da Família. Numa primeira etapa serão 600 profissionais (400 este ano e 200 e 2017) das secretarias municipais de saúde dos 30 municípios prioritários onde foi constatado o maior número óbitos infantis.

Segundo a Superintende de Educação em Saúde e Trabalho para o SUS, Irani Ribeiro de Moura, a parceria com a Superintendência de Vigilância em Saúde e com a Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde vai ajudar a melhorar a qualidade das consultas das gestantes, tornar os partos mais seguros e, principalmente, ajudar a reduzir os índices de mortalidade materno infantil em Goiás e no Brasil.

Para o Dr. Marco Aurélio Albernaz, um dos professores do curso, Goiás está no caminho certo para que o objetivo seja alcançado. O conteúdo apresentado aborda a importância do pré-natal, mesmo que a gestação atenda todas as condições de normalidade caracterizando o baixo risco para mães e bebês. Segundo o professor a possibilidade de complicações são identificadas, na maioria das vezes, nas consultas de rotina. A simples aferição da pressão arterial pode indicar a possibilidade de uma eclampsia na hora do parto, por exemplo.

Para o Dr. Marco Aurélio os cuidados com as gestantes são simples e não requerem muitos recursos ou equipamentos para um acompanhamento pré-natal adequado. Mesmo assim os procedimentos de medição do tamanho do ventre da mãe com uma simples fita métrica e o uso do estetoscópio de Pinard para ouvir os batimentos cardíacos do bebê têm grande impacto na redução da mortalidade materno infantil. Outro aspecto que também deve ser considerado, na opinião do professor, é o atendimento multidisciplinar. A participação do assistente social, por exemplo, é muito importante para a identificação e acompanhamento das grávidas em todas as regiões. Isso garante uma assistência mais eficiente e mais econômica para o sistema público de saúde.

Também faz parte do conteúdo do curso a avaliação pré concepcional que tem forte impacto no desenvolvimento da gestação. Para o especialista a gravidez não programada gera complicações justamente pela falta do pré-natal. Há casos até em que a mãe negligencia os cuidados com o filho por este motivo. Segundo o Dr. Marco Aurélio 48% das gestações não são programadas, o que evidencia a necessidade de uma assistência multidisciplinar abordando os diversos aspectos do processo gestacional. “A mulher só deve engravidar quando realmente quer ter um filho”, concluiu.

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