Prevenir para a Vida, do HDT, garante leite para filhos de mães que vivem com HIV

Campanha organizada pelos colaboradores da unidade e do Ceap-Sol resulta na arrecadação de 300 latas de leite, destacando a solidariedade e o empenho da comunidade

Uma das latas de leite recebidas em doação e entregue a mãe com HIV na unidade

Mães soropositivas atendidas pelo Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) recebem leite em pó e fórmula infantil por meio do Prevenir para a Vida. Esse programa é essencial para prevenir a transmissão vertical do HIV, garantindo que os bebês sejam alimentados de maneira segura e saudável, reduzindo significativamente o risco de transmissão.

Mais de 150 mães, geralmente com vulnerabilidades sociais e com bebês de até 1 ano e 3 meses, são beneficiadas com o suporte nutricional especializado e acompanhamento contínuo. Em recente campanha de arrecadação organizada pelos colaboradores do HDT e do Centro Estadual de Atenção Prolongada e Casa de Apoio Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol), unidades do Governo de Goiás, foram coletadas 300 latas de leite, destacando a solidariedade e o empenho da comunidade.

Normalmente, o Ministério da Saúde (MS) fornece a fórmula infantil para as crianças de até 9 meses, período durante o qual as mães retiram diretamente nas farmácias. Após essa fase, o alimento é disponibilizado na unidade hospitalar, por meio das doações para o setor de adesão da unidade de saúde.

Segundo o psicólogo do setor de adesão do HDT, Whigney Costa, há anos o HDT recebe as doações, que têm diminuído. “Após os seis meses de vida, a demanda das crianças por alimentos como leite em pó aumenta significativamente. E, como nesse ano o estoque de doações está reduzido, ao invés das quatro latas de 800 gramas que normalmente são necessárias, foi preciso reduzir para duas latas por criança, garantindo que o estoque durasse até junho”, pontua.

“A importância do leite em pó para as crianças é inestimável. Esse alimento substitui o leite materno em casos onde a amamentação não é segura, prevenindo a transmissão do HIV. Tal prática é fundamental para reduzir a taxa de transmissão vertical, que pode ocorrer durante a gestação, parto ou amamentação. A prevenção eficaz dessa forma de transmissão é vital para desacelerar a propagação do HIV/aids”, destaca a diretora técnica do HDT, Karine Borges de Medeiros.

Amparo
Responsável pelo programa Prevenir para a Vida, o trabalho do setor de adesão vai além da doação de leite e fórmulas. Ele oferece orientação adequada para cada fase de desenvolvimento, acompanhando jovens que vivem com HIV desde o nascimento até os 24 anos, além de gestantes e crianças expostas. Esse acompanhamento inclui monitoramento regular da saúde, suporte psicológico e orientação sobre adesão ao tratamento, garantindo uma melhor qualidade de vida e um futuro promissor.

Segundo Karine Medeiros, o programa é crucial para garantir o tratamento contínuo de gestantes, crianças, jovens e adolescentes. O Prevenir para a Vida é, portanto, uma iniciativa abrangente que visa não só à saúde imediata dos bebês, mas também à promoção de um ambiente mais seguro e informado para todos”, diz o psicólogo Whigney Costa.

“Quando não é possível evitar a transmissão vertical, o setor trabalha com crianças soropositivas, preparando-as para o processo de revelação diagnóstica. Até os 5 anos, a equipe enfoca no reforço da adesão ao tratamento. À medida que a criança cresce, introduzimos mais informações sobre a condição, de acordo com sua fase de desenvolvimento. Não há uma idade específica para isso e varia de criança para criança. Mantemos um contato próximo com os responsáveis para auxiliar nesse processo”, explica ainda o psicólogo.

Esse atendimento é realizado após a consulta regular com o infectologista pediátrico. Em seguida, a criança é encaminhada ao setor de adesão. É importante destacar que esse atendimento não é obrigatório. Para adolescentes, é fundamental abordar o início dos relacionamentos afetivos e sexuais, além de reforçar a importância do tratamento e tratar de suas questões e preocupações.

Muitas gestantes descobrem que são portadoras do vírus durante a gravidez, como a dona de casa de 29 anos de Trindade M.F.S. Mãe de três filhos, todos acolhidos pelo programa, ela descobriu que era soropositiva durante a gestação de sua primeira filha, aos 18 anos. “Inicialmente, eu só ia pegar o leite, mas agora recebo apoio. A equipe é maravilhosa e nos ajuda com informações e tudo o que precisamos, incluindo roupas”, conta.

O papel é acolher e educar essas mulheres, fornecendo todas as informações necessárias desde o início. “Muitas chegam aqui pensando que sua situação é fatal e que seus filhos também serão afetados”, explica Whigney.

Como ajudar
Qualquer cidadão pode contribuir para esta causa nobre. Os interessados em apoiar a causa, podem procurar o setor de adesão do HDT ou o setor do serviço social no Ceap-sol para realizar suas doações. O programa recebe aas seguintes fórmulas infantis: Ninho Fases 1+, Nestogeno 2 ou Nan 2. Essas doações são essenciais para manter o programa funcionando e garantir que mais famílias possam ser atendidas.

Suyanne Morais (texto e foto)/ISG

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