Prefeitura de Mossâmedes cria adesivo para identificar imóvel livre do Aedes

Força-tarefa no município busca vistoriar todos os 2,8 mil imóveis até o dia 31 de janeiro

“A senhora precisa limpar a geladeira ainda hoje. E não esquece de olhar o ralo do banheiro pra ver se não tem água parada e tirar o lixo do quintal com frequência”. A fala é de uma Agente de Combate às Endemias (ACE) de Mossâmedes e reflete a tônica da mobilização Goiás contra o Aedes na cidade, que busca eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti e orientar a população sobre a importância da prevenção e combate ao vetor. A ação aconteceu nesta sexta-feira, 22, com a meta de vistoriar 50% dos 2,8 mil imóveis do município e povoados. O restante será visitado até o dia 31 de janeiro, data do encerramento do primeiro ciclo da campanha. As próximas etapas ocorrem em três ciclos até o mês de junho.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Genário Júnior, cerca de 60 pessoas participaram da mobilização, entre ACE, Agentes Comunitários de Saúde (ACS), militares do Corpo de Bombeiro, servidores da prefeitura e voluntários. Durante toda a ação, a prefeita Divina Lúcia de Almeida acompanhou as equipes, ajudando a guardar o lixo e orientando a população. “O gestor precisa dar o exemplo”, ressalta. A prefeita disse que assim como o Estado, decretou estado de emergência sanitária no município.

Os agentes de endemias contaram que o grande desafio é entrar não só no lote, mas também dentro das casas, já que existe resistência por parte dos moradores. Por isso, aqueles locais como a bandeja de água que fica atrás da geladeira, ou o ralo do banheiro, não são observados. O secretário Genário enfatizou que a mobilização tem a missão importante de alertar a população sobre esses locais, além de sensibilizá-los para abrir as suas portas.

“Esta casa combate o Aedes”

A dona de casa Ione Alves recebeu das mãos da prefeita o adesivo “Esta casa combate o Aedes”, já que não foi encontrado nenhum foco no seu imóvel. “Percebo que o povo esquece que precisa fazer esse trabalho de rotina”, diz a moradora e emenda: “Esse mosquito é custoso, já identifiquei criador até em folha de árvore”.

A prefeita explica que o adesivo ilustrando que a residência está livre do Aedes foi criado para estimular o morador no trabalho preventivo. “Assim, as pessoas podem cobrar do seu vizinho o motivo de não ter recebido o adesivo”, ressalta. Divina Lúcia também comenta que está mobilizando todos os líderes religiosos e comunitários do município para que sejam multiplicadores da ação.

Moradores reclamam de vizinhos

Na casa do aposentado João Alves, de 76 anos, também não foi encontrado criadouro do mosquito. Ele conta que realiza o trabalho de prevenção durante a semana, sempre limpando o lixo do lote e observando locais com água parada. Olhando para a casa do lado, o aposentado comenta. “O problema são os vizinhos, que não fazem sua parte”.

Na residência localizada ao lado, os agentes encontraram local infestado de Aedes, com cerca de seis focos. “Todos precisam colaborar. Não adianta nada fazer o meu dever de casa se os outros moradores não colaborarem”, diz indignado.

Situação curiosa aconteceu quando os agentes queriam entrar em uma residência fechada, que poderia ter grande quantidade de focos devido a uma piscina em desuso. Eles foram orientandos pelos bombeiros a primeiro aguardarem um decreto municipal legalizando a entrada no imóvel. Perguntado sobre a possibilidade do decreto, a prefeita sinalizou que já na próxima semana vai produzir e assinar o documento. “Precisamos agir rápido”, finaliza.

Balanço do Goiás contra o Aedes

Até a tarde desta quinta-feira, 21, já foram visitados em Goiás 507 mil imóveis. Desses, 381 mil foram trabalhados (os agentes conseguiram entrar no lote). Foram encontrados até o momento mais de 16,1 mil imóveis com foco. A força-tarefa Goiás contra o Aedes foi idealizada como estratégia da Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) para eliminar, nos 246 municípios do Estado, os focos do mosquito que transmite a dengue, zika, chikungunya e febre amarela em todo o território goiano.

Governo na palma da mão

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