Rede Hemo é referência em atendimento e tratamento a mais de 646 hemofílicos

Pacientes são atendidos na unidade do Governo de Goiás por equipe multidisciplinar e contam com medicamento gratuito, distribuído pelo Sistema Único de Saúde

Hemocentro Coordenador recebe média mensal de 3 mil frascos de medicamentos para hemofílicos

Em 4 de janeiro é comemorado o Dia do Hemofílico e a Rede Estadual de Hemocentros (Rede Hemo) é a única a realizar atendimentos e  distribuir os medicamentos utilizados no tratamento da doença pelo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás.

O Hemocentro Coordenador Prof. Nion Albernaz, em Goiânia, recebe, em média, 3 mil frascos de medicamentos de fatores de coagulação por mês, com custo médio mensal de R$ 2,8 milhões, para as dispensações dos fármacos em Goiás. Ao todos, 646 pacientes com hemofilia A e B são atendidos por uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, psicólogo, nutricionista, fisioterapeutas, farmacêuticos e  assistentes sociais.

Mirian Amaral de Melo, gerente de assistência farmacêutica do Hemocentro Coordenador, explica que o processo de distribuição é 100% eletrônico, meio pelo qual também é realizado o controle de estoque. "Usamos um sistema próprio do Ministério da Saúde (MS) que garante mais efetividade nos repasses aos pacientes. Temos grande êxito na gestão de estoque, pois tudo entra por nota fiscal e é distribuído mediante prescrição médica. Com isso, garantimos mais confiabilidade, clareza nos fluxos e satisfação dos nossos usuários. O sistema emite também relatórios, que são avaliados constantemente.” 

Genético e hereditário
A hemofilia é um distúrbio hemorrágico genético e hereditário ligado ao cromossomo X que afeta principalmente pessoas do sexo masculino e é caracterizado pela deficiência de uma proteína da coagulação sanguínea. O Hemocentro Coordenador é referência em Goiás para o tratamento de pacientes diagnosticados com coagulopatias, incluindo a hemofilia. O Hemocentro Regional de Rio Verde também dispõe de serviço ambulatorial para o tratamento dessa doença.

A médica hematologista do Hemocentro Rafaela Farias Fonseca Reis afirma que a pessoa com hemofilia apresenta baixa atividade do fator 8 ou fator 9. Pessoas com deficiência de atividade do fator 8 têm hemofilia A, enquanto aquelas com deficiência de atividade do fator 9 tem hemofilia B, que prejudica a formação de coágulos e, por isso, os sangramentos demoram muito mais tempo para serem controlados.

"Os sinais de hemofilia A e B são os mesmos: manifestações hemorrágicas, com sangramento nos músculos e articulações (hemartroses), sangramento espontâneo ou após traumas em órgãos internos, sangramento prolongado após corte, remoção de dente ou cirurgia, sangramento por um longo tempo após um acidente. O sangramento em uma articulação ou músculo causa dor ou inchaço, rigidez e dificuldade em usar uma articulação ou músculo. Alguns sangramentos podem ser muito graves", comenta a médica.

Tratamento
De acordo com Rafaela Reis, o tratamento da hemofilia é feito com a aplicação de concentrados do fator deficiente purificado, de alto custo, por via endovenosa. O tratamento pode ser feito sob demanda, em caso de sangramentos, ou profilaxia (para evitar sangramento). O MS é responsável pela compra dos medicamentos e sua distribuição. O paciente recebe o medicamento de forma gratuita, pelo SUS/SUS, por meio do Hemocentro.

A hematologista afirma que a reposição do fator de coagulação deficiente é feita de forma endovenosa. "Os pacientes são estimulados e treinados para realizar as infusões em domicílio, pois, em intercorrências com sangramentos, o fator de coagulação deve ser aplicado o mais rápido possível", explica

"Os medicamentos são termolábeis e precisam ser armazenados em geladeira. São repassados aos pacientes e seus cuidadores a forma adequada de conservação e os cuidados de higiene no transporte, no preparo da medicação, além de orientações sobre a forma adequada de descartar o material perfurocortante utilizado, como seringas, agulhas e escalpes", diz ainda a médica Rafaela Reis.

Nayane Gama do Nascimento/Idtech

Foto: arquivo SES-GO

 

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