A Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds) lançará em março a Central de Vagas dos Grupos Reflexivos para Autores de Violência Doméstica. O projeto integra as ações do Pacto Goiano pelo Fim da Violência Contra a Mulher e reunirá todas as informações sobre os grupos existentes no estado.

Segundo a superintendente da Mulher e Igualdade Racial da Seds, Rosi Guimarães, o objetivo da central é servir de referência em dados e informação para todos os parceiros envolvidos na execução dos grupos. “Especialmente o Judiciário e o Ministério Público, que não têm conseguido acompanhar a evolução dos participantes enviados aos grupos pelas próprias comarcas da justiça”, comenta Rosi.

A nova central funcionará no Centro de Referência Estadual da Igualdade (CREI), unidade da Seds em Goiânia, sob coordenação da Gerência de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. A gerente dessa área, Juliana Ramos Caiado, responde também pela coordenação estadual do programa dos Grupos Reflexivos. A central está sendo criada por meio de uma cooperação técnica entre a Seds, Ministério Público e Poder Judiciário.

Baixa reincidência

Os Grupos Reflexivos para Autores de Violência Doméstica é um programa da Seds iniciado em 2015 e desenvolvido em parceria com a Pontifícia Universidade Católica (PUC GO), Poder Judiciário, Prefeituras, Faculdade Uni – Evangélica e outras Instituições de ensino superior. Tem por objetivo promover atendimento psicológico aos homens autores de violência doméstica, por meio de reuniões semanais, visando reduzir os índices de violência e garantir a paz familiar.

Com um baixo índice de reincidência no ato violento, os Grupos Reflexivos inserem-se nos programas de intervenção focados em produzir um efeito ressocializador no autor da violência, utilizando técnicas de psicoterapia.

O grande desafio desses grupos é quebrar e interromper o ciclo vicioso da violência que gera violência. “Mesmo que esse homem não volte a conviver com sua companheira, ele sai dos grupos mais consciente e propenso a não repetir o comportamento violento em suas futuras relações”, diz Rosi.

O programa atende às determinações da Lei Maria da Penha. Cada grupo participa de encontros semanais com duas horas de duração. Segundo a gerente Juliana Caiado, atualmente existem cinco grupos em funcionamento na Grande Goiânia, com média de 15 participantes em cada.