Seds realiza simpósio sobre trabalho infantil na pandemia

Erradicação do trabalho infantil se passa pela educação, concluem debatedores 

O Brasil avançou muito nos últimos anos na erradicação do trabalho infantil e agora tem um desafio de combatê-lo em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Essa foi a visão dos convidados que participaram do o Simpósio Goiano de Erradicação do Trabalho Infantil, promovido pelo Governo de Goiás por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds). Para os convidados, é fundamental que os governos invistam na erradicação, mas também na prevenção, que se passa pela oferta de educação de qualidade e superação de desigualdades. 

O debate virtual faz parte da Campanha Nacional de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, que neste ano tem como tema “Covid-19 – agora mais do que nunca, proteja crianças e adolescentes do trabalho infantil”. O evento contou com a participação da secretária de Desenvolvimento Social, Lúcia Vânia; da primeira-dama e presidente do gabinete de Políticas Sociais, Gracinha Caiado; da representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Maria Cláudia; da representante do Fórum Goiano de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Promoção da Aprendizagem (Fepetiago), Katleem Lima; do representante da Superintendência Regional do Trabalho e coordenador regional de combate ao trabalho infantil, Afonso Borges e do ativista social pelos direitos da infância, Felipe Caetano. 

Ainda foi realizada uma mesa virtual que debateu a atuação do Ministério da Economia e do Ministério Público do Trabalho no Enfrentamento do Trabalho Infantil em tempos de pandemia com a auditora fiscal do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e coordenadora regional da aprendizagem profissional em Goiás, Helga Jordão e com o procurador do trabalho e coordenador regional da coordenadoria regional de combate à exploração do trabalho da criança e do adolescente. 

O simpósio foi aberto pela primeira-dama, Gracinha Caiado que considerou o trabalho infantil como uma das mais graves expressões da desigualdade e da pobreza. “Lugar de criança e adolescente é na escola para aprender e na família para ser protegido. Criança deve estudar, brincar e não atravessar as etapas para o seu desenvolvimento”, disse a primeira-dama. 

“Quero enfatizar a importância de se discutir, durante a campanha nacional contra o trabalho infantil de 2020, o risco de crescimento da exploração do trabalho infantil diante dos impactos da pandemia”, destacou Lúcia Vânia. 

Para a representa da OIT, esse é um período delicado uma vez que as escolas estão fechadas em razão da pandemia e os estudantes tiveram que deixar de frequentá-las presencialmente. “O Brasil avançou muito nos últimos 20 anos. Se nosso desafio já era grande, agora é muito maior com a covid-19”, pontuou. Na visão de Maria Cláudia, esse cenário pode colocar em risco a meta de erradicar o trabalho infantil até 2025. “Se não tomarmos cuidado essa crise pode reverter esse quadro e colocar o Brasil numa situação complicada. Muito mais do que meta estamos falando da vida de crianças e adolescentes”, disse.  

O desembargador e presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Paulo Pimenta, afirmou que é necessário romper o ciclo vicioso do trabalho infantil e manter viva a memória dessa chaga nacional. “A superação das desigualdades sociais se passa pela educação das nossas crianças e capacitação dos adolescentes. Esse triste cenário que vem sendo enfrentando há anos é maior com a pandemia”, avaliou. 

Katleem Lima, do Fórum Goiano de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Promoção da Aprendizagem (Fepetiago), avaliou que a discussão de erradicação do trabalho infantil deve chegar nas favelas, nas comunidades periféricas, até as populações vulneráveis e, sobretudo, no campo, onde há registros de trabalho infantil e é o principal setor da economia goiana. 

“A educação é uma resposta como uma visão de futuro. Precisamos entender que é fundamental desenvolver esse diálogo”, afirmou. “E toda criança é merecedora de toda política pública para que nossa sociedade cresça e prospere. Essas crianças são goianas, são brasileiras e são nossas”, disse. 

O representante da Superintendência Regional do Trabalho e coordenador regional de combate ao trabalho infantil, Afonso Borges, considerou importante a discussão dessa chaga. O ativista social pelos direitos da infância, Felipe Caetano, avaliou que é necessário levar alternativas para as famílias, de modo a combater a erradicação do trabalho infantil. 

O evento virtual continua nesta quarta-feira (10), às 15 horas, na página do Facebook da Seds (https://www.facebook.com/sedsgoias/). O primeiro dia do evento também está disponível na íntegra.

Governo na palma da mão

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