Seds visita mais de 50 comunidades quilombolas e cinco reservas indígenas para levar assistência social
Preocupado com o bem-estar das famílias quilombolas e indígenas do estado, o governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), realizou visitas às comunidades e tribos para prestar assistência, ouvir demandas e inseri-las nos programas sociais dos governos estadual e federal.
Coube à Superintendência da Mulher e da Igualdade Racial, que coordena a Gerência de Comunidades Tradicionais, da Seds, fazer o périplo pelas 58 comunidades remanescentes de quilombos e pelas cinco reservas indígenas, espalhadas pelo território goiano.
“Durante as visitas, as equipes da Seds, neste período de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, entregaram materiais de limpeza e de higiene e equipamentos de proteção individual a essas famílias, que receberam também cestas básicas da Campanha de Combate à Propagação do Coronavírus, promovida pelo governo de Goiás por meio da Seds, da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e do Gabinete de Políticas Sociais”, revela a secretária da Seds, Lúcia Vânia. A ação distribuiu, por meio de doações, mais de 113 mil cestas básicas a famílias goianas em todos os 246 municípios do estado de Goiás.
A Superintendência da Mulher e da Igualdade Racial realizou uma pesquisa e formatou um documento com todo o levantamento das visitas. Nele, constam os programas sociais que estão presentes em cada comunidade, a condição das moradias, o acesso a alimentação, educação, dentre outros dados, bem como as demandas de cada uma delas.
“Fomos a campo visitar e realizar um diagnóstico e levantamento de dados, inclusive pela ausência de dados históricos e números e quantitativos divergentes que chegam a nós, por diversas origens e fontes. Fomos constatar de fato a existência das comunidades, suas características, suas peculiaridades e suas demandas”, explica a superintendente da Mulher e da Igualdade Racial, Rosi Guimarães.
Censo
Os quilombolas são grupos étnico-raciais, que, em Goiás, segundo a Fundação Palmares, estão presentes em 58 comunidades remanescentes de quilombos, reconhecidas com certidão. Dentre eles estão os Kalungas, o maior quilombo em extensão territorial do Brasil, com cerca de 4 mil pessoas abrigadas em 253 hectares, ao norte da Chapada dos Veadeiros. Estimativas da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – Coordenação de Goiás (Conaq) indicam que, entre certificadas e não certificadas, existem 82 comunidades quilombolas em Goiás.
Elas estão espalhadas nos municípios de Abadia de Goiás, Alto Paraíso de Goiás, Aparecida de Goiânia, Barro Alto, Cachoeira Dourada, Caiapônia, Campos Belos, Cavalcante, Cezarina, cidade de Goiás, Cidade Ocidental, Colinas do Sul, Corumbá de Goiás, Cristalina, Cromínia, Divinópolis de Goiás, Faina, Flores de Goiás, Goianésia, Iaciara, Iporá, Itumbiara, Jataí, Jussara, Matrinchã, Mimoso de Goiás, Minaçu, Mineiros, Monte Alegre de Goiás, Niquelândia, Nova Roma, Padre Bernardo, Palmeiras de Goiás, Pilar de Goiás, Piracanjuba, Pirenópolis, Posse, Professor Jamil, Rio Verde, Santa Cruz de Goiás, Santa Rita do Novo Destino, São João d’Aliança, São Luiz do Norte, Silvânia, Simolândia, Teresina de Goiás, Trindade, Uruaçu, Vila Boa e Vila Propício.
Já os indígenas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população é estimada em mais de 8,5 mil, sendo pouco mais de 300 vivendo em terras indígenas, o que corresponde a 4% do total. Os outros 96% vivem fora de terras indígenas. No estado, existem cinco reservas e três grupos indígenas: os Karajá, de Aruanã; os Tapuios do Carretão, em Rubiataba e Nova América; e os Avá-Canoeiro, em Colinas do Sul e Minaçu.
Segundo a superintendente Rosi, os três grupos estão com suas terras demarcadas, homologadas e registradas na Secretaria de Patrimônio da União, com exceção a dos Avá-Canoeiro, que já foi declarada, mas ainda não registrada.