“É preciso evitar que o ‘Aedes’ nasça”, alerta superintendente da SES
Flúvia Amorim diz que uso de bombas costais e UBV, tema de capacitação de técnicos da saúde pela SES, é importante ferramenta contra dengue, zika e chikungunya, mas ressalta que é preciso combater os criadouros do mosquito
“O mais importante é evitar que o mosquito nasça. E caso não seja possível, temos outras ferramentas para evitar a transmissão da dengue, zika e chicungunya”. O aviso é da superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, durante uma das etapas da qualificação de cerca de 800 técnicos de todo o Estado, na tarde desta terça-feira (30/8), na Central de UBV da SES-GO.
O primeiro dia da qualificação realizada pela SES começou pela manhã, com a parte teórica, e teve seu segundo momento com a parte prática, de funcionamento das UBVs, ou bombas veiculares, e também do uso das bombas costais. Uma das principais partes desse treinamento ministrado por representantes da empresa fornecedora dos equipamentos e do inseticida, é a forma correta de aplicar e usar os produtos.
Para Flúvia Amorim, o objetivo do treinamento é preparar os profissionais dos 246 municípios para que, ao começar o período chuvoso, todos estejam prontos para iniciarem suas atividades. Ela explica que é nesse período que os casos aumentam. Flúvia lembra que existe a possibilidade de se repetir este ano o considerável aumento de casos registrados em 2022. “Por isso, a importância de começar agora essa preparação”, diz a superintendente.
Flúvia Amorim lembra ainda que o controle do Aedes ageypti é realizado por meio químico e mecânico, sendo este o mais importante, com a eliminação dos criadouros, evitando o nascimento do mosquito, seja pelos agentes de saúde em visita domiciliar, seja também pelos próprios moradores, eliminando objetos que possam acumular água. Já o controle químico é feito por meio do fumacê – costal ou UBV pesada, utilizada em locais com grande números de casos e onde não seja possível usar a bomba costal.
Umidade baixa
“Todos que vão manusear esses equipamentos devem saber como e quando utilizá-los, pois o uso inadequado é ineficaz”, destaca a superintendente. Flúvia ressalta que esse trabalho só começará a ser visto pela população este ano a partir do início das chuvas. Além de ser aplicado em locais com grande número de casos, o tempo seco – de umidade baixa do ar – como nesta época do ano, não permite a aplicação do inseticida. “Não se pode fazer a pulverização com a umidade do ar abaixo de 60%”, explica ela.
A capacitação realizada pela SES-GO, por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), segue até 1º de setembro. Com tal iniciativa, a SES-GO pretende assegurar a realização de ações efetivas em todo o território goiano para a diminuição acentuada dos focos do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, e, desta forma, reduzir os casos dessas doenças em Goiás.
Registros da SES-GO indicam que, neste ano, até a Semana Epidemiológica 32 (07/08 a 13/08), houve um aumento expressivo de 310% dos casos confirmados de dengue em Goiás. Em 2021, foram registrados 38.440 casos da doença e, neste ano, 138.375. Os registros de chikungunya passaram de 571, em 2021, para 3.372, neste ano, o que revela uma variação de 341%.
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José Carlos Araújo (texto) e Iron Braz (foto)/Comunicação Setorial